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Justiça dos EUA anula julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo em set de filme

Justiça dos EUA anula julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo em set de filme

Diogo Rocha
Por Diogo Rocha | 13 de julho de 2024

O ator Alec Baldwin, de 66 anos, teve o julgamento por homicídio culposo anulado pela Justiça do Estados Unidos na sexta-feira (12/07). A defesa do artista argumentou que ocorreu uma ocultação de provas pela polícia, em uma reviravolta dramática no processo que buscava esclarecer a responsabilidade de Baldwin na tragédia que abalou o set do filme “Rust”.

A defesa do ator havia apresentado uma moção para solicitar a anulação sob o argumento de que as autoridades “enterraram” evidências do caso, ao que a juíza Mary Marlowe Sommer acatou considerando que a ocultação de evidência potencialmente chave prejudicou o processo.

O julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo após o disparo fatal no set de “Rust” foi pausado na sexta-feira pela juíza do caso, após a defesa do ator apresentar uma moção que acusa o Estado de suprimir evidências e coloca o caso em dúvida.

Baldwin manuseava um revólver Colt calibre .45 durante um ensaio trágico em outubro de 2021 no Rancho Bonanza Creek, no Novo México, quando a arma disparou uma bala que matou a diretora de fotografia do filme de faroeste, Halyna Hutchins, e feriu o diretor.

A questão surgiu na quinta-feira enquanto Alex Spiro, um dos advogados de Baldwin, interrogava a perita forense Marissa Poppell, que confirmou ter recebido o estojo de balas de um ex-policial e classificado o artefato sob instruções superiores, fora do âmbito do caso, sem enviá-lo ao FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, para análises.

Questionada pela promotora Kari Morrissey, Poppell afirmou que as balas não correspondiam à munição real encontrada no set de “Rust”, o que parecia encerrar o assunto.

Poppell, no entanto, foi chamada de volta ao tribunal nesta sexta-feira, agora com as balas para serem examinadas pela juíza Sommer, bem como pela promotoria e pela defesa, que pediu para incluí-las como evidência no caso.


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A narrativa da defesa de Baldwin nos dois primeiros dias de julgamento é que a polícia não investigou de forma abrangente o caso e se concentrou apressadamente no ator.

Spiro argumentou nesta sexta que os investigadores “enterraram” evidências ao não apresentarem o estojo de balas.

O advogado já havia mencionado em seus argumentos iniciais na quarta-feira que, durante a perícia, o FBI danificou irreparavelmente o revólver Colt calibre .45 cuja bala atingiu Hutchins.

Isso impediu, segundo o advogado, comprovar a versão de Baldwin questionada pelas autoridades: que a arma disparou sem que ele apertasse o gatilho.

“Foi um plano perfeito”, declarou Spiro nesta sexta-feira, insinuando que a destruição da arma e a supressão de evidências foram intencionais para prejudicar seu cliente.

Baldwin, de terno escuro e óculos de armação grossa, observava a discussão com expressão tensa e braços cruzados, enquanto sua esposa, Hilaria, e seus irmãos, Stephen e Beth, faziam o mesmo nos fundos do tribunal.

A investigação do caso nunca esclareceu como as balas reais, encontradas no carrinho de apoio, na caixa de balas e nos coldres pertencentes a Baldwin e a outro ator, entraram no set de filmagem, algo proibido pelos padrões da indústria.

*Com informações da AFP