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Pesquisa aponta que não fazer o pré-natal aumenta em até 47% risco de anomalias em bebês

Pesquisa aponta que não fazer o pré-natal aumenta em até 47% risco de anomalias em bebês

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 26 de julho de 2025

Mulheres que não fazem o pré-natal têm 47% mais chances de ter um bebê com anomalias congênitas: A informação está em um estudo brasileiro que analisou cerca de 26 milhões de nascimentos ocorridos entre 2012 e 2020, cruzando informações do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

A pesquisa, conduzida por Qeren Hapuk, do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), buscou entender como fatores biológicos e sociais influenciam no desenvolvimento de anomalias congênitas. Essas anomalias aumentam o risco de complicações graves para o bebê, inclusive morte, nos primeiros anos de vida.

Entre os cerca de 144 mil casos registrados, o estudo priorizou oito tipos de anomalias para análise:

  • defeitos nos membros,
  • coração,
  • tubo neural,
  • fenda oral,
  • genitais,
  • parede abdominal,
  • microcefalia,
  • síndrome de Down.

O trabalho foi publicado na revista científica BMC Pregnancy and Childbirth em 2 de julho.


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Conclusões do estudo: Riscos para bebês

Além da ausência de pré-natal, outros fatores se mostraram relevantes.

Mulheres que se autodeclararam pretas, por exemplo, apresentaram 16% mais chances de ter filhos com anomalias do que mães brancas.

Idade também foi fator relevante na pesquisa: gestantes com mais de 40 anos tinham quase 2,5 vezes mais risco e aquelas com menos de 20 anos apresentavam 13% mais chance do que mulheres entre 20 e 34 anos.

Escolaridade foi outro ponto-chave: Ter até três anos de estudo aumentou em 8% o risco de anomalias congênitas em relação às mães com 12 anos ou mais de escolaridade.

Os pesquisadores também analisaram como diferentes anomalias se associam a fatores específicos. Casos de defeitos no tubo neural, por exemplo, foram mais comuns entre bebês de mães com baixa escolaridade, sem pré-natal e com gestação múltipla. Síndrome de Down também teve forte associação com mães acima dos 40 anos.

A pesquisadora aponta que o investimento em educação, nutrição, planejamento reprodutivo e acesso ao pré-natal é essencial para reduzir a ocorrência de anomalias congênitas e garantir um começo de vida mais saudável para todas as crianças, independentemente de onde elas nasçam.

*Com informações de Metrópoles.