
Polêmica com Morango do Amor: perfil no Instagram afirma que insetos são usados no preparo do doce

Depois de uma semana em que o “morango do amor” virou febre nas redes sociais, uma nova polêmica surgiu em torno do doce: há quem diga que ele leva insetos na receita. A denúncia partiu do perfil “Nutricionista Carnívora”, no Instagram, que chamou atenção para o uso de um corante vermelho de origem inusitada.
Segundo o perfil, o famoso brilho avermelhado da calda caramelizada pode vir de um pigmento extraído de insetos esmagados, mais precisamente da cochonilha, um bichinho minúsculo, com menos de 5 mm, usado há séculos para produzir a coloração vermelha. De acordo com especialistas consultados pela CNN Brasil há uma certa verdade na história.
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A tal cochonilha, conhecida cientificamente como Dactylopius coccus, é uma velha conhecida da indústria alimentícia. Desde os tempos dos astecas, ela era usada para tingir tecidos e, mais tarde, passou a colorir alimentos como doces, carnes processadas e até laticínios.
O pigmento extraído, chamado ácido carmínico, dá origem ao corante carmim, que também pode aparecer nos rótulos com os nomes “vermelho 4”, “E120”, “CI 75470”, “INS 120” ou “extrato de conchinha”.
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No Brasil, o uso do corante de cochonilha é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Por ser de origem animal e mais custoso do que os corantes sintéticos, ele costuma ser mais comum na indústria do que em docerias artesanais — justamente as responsáveis pela onda recente de morangos do amor.
No entanto, com a alta demanda, há casos em que confeitarias recorrem ao corante natural, seja por falta do sintético ou por acreditarem em uma qualidade superior do produto.

Especialistas explicam que, apesar da origem peculiar, o corante é considerado seguro para consumo. Reações alérgicas podem ocorrer, como com qualquer aditivo, mas são raras e geralmente leves.
Entre os profissionais ouvidos pela CNN Brasil estão Guilherme Andrade Marson, doutor e professor do Instituto de Química da USP, e Walter Taam Filho, doutor em ciência dos alimentos pela UFRJ e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ambos reforçam que o uso da cochonilha é legalizado e não representa um risco à saúde da maioria das pessoas.
(*)Com informações da CNN Brasil.