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Conheça seis transtornos mentais mais raros e bizarros

Conheça seis transtornos mentais mais raros e bizarros

Phill Vasconcelos
Por Phill Vasconcelos | 02 de agosto de 2025

Os transtornos mentais englobam uma ampla variedade de condições que afetam a forma como pensamos, sentimos e nos comportamos. Alguns deles são mais comuns e amplamente conhecidos, como a depressão e a ansiedade, enquanto outros são extremamente raros e intrigam a ciência por suas manifestações peculiares.

Essas condições, muitas vezes, desafiam familiares, profissionais de saúde e até o próprio paciente, que pode ter dificuldade em compreender o que está acontecendo consigo.

Entre esses transtornos raros, há síndromes que alteram profundamente a percepção da realidade, criando ilusões, distorções sensoriais e até crenças delirantes. Embora pouco conhecidos, é importante falar sobre eles, pois o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem fazer a diferença na qualidade de vida dos pacientes. A seguir, conheça algumas dessas condições.

Síndrome de Fregoli

(Foto: Flickr)

A síndrome de Fregoli faz com que a pessoa acredite que indivíduos diferentes são, na verdade, a mesma pessoa disfarçada. Essa percepção costuma vir acompanhada da sensação de estar sendo perseguido. O nome da síndrome vem do ator italiano Leopoldo Fregoli (1867-1936), famoso por sua habilidade de mudar rapidamente de aparência no palco.


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Essa condição pode estar associada a outros transtornos, como esquizofrenia, transtorno bipolar e TOC, além de poder surgir após lesões cerebrais ou durante o uso de levodopa em pacientes com mal de Parkinson. Embora rara, com incidência estimada de 1,1% em vítimas de AVC, não existe cura definitiva. O tratamento com antipsicóticos costuma reduzir os sintomas.

Síndrome de Cotard

(Foto: freepik)

Também chamada de “síndrome do cadáver ambulante”, a síndrome de Cotard faz a pessoa acreditar que está morta, que deixou de existir ou que perdeu partes do corpo. Fatores de risco incluem esquizofrenia, depressão grave e transtorno bipolar, mas a condição também já foi relatada como efeito colateral do antiviral aciclovir.

Os especialistas acreditam que a síndrome está ligada a uma desconexão cerebral entre áreas responsáveis por reconhecer rostos e regiões associadas às emoções. O tratamento combina antidepressivos, antipsicóticos, estabilizadores de humor e, em alguns casos, terapia eletroconvulsiva.

Síndrome da mão alienígena

(Foto: reprodução)

Essa condição neurológica rara faz com que o paciente sinta que uma de suas mãos tem vontade própria. Ela age de forma independente, como se não pertencesse ao corpo da pessoa. O termo foi popularizado pelo neurofisiologista americano Joseph Bogen (1926-2005), que observou o fenômeno durante a recuperação de cirurgias cerebrais.

As causas incluem AVC, tumores, demência, doença de príon e cirurgias que separam os hemisférios cerebrais para tratar epilepsia grave. Embora não exista cura, manter a mão ocupada, usar técnicas como terapia com caixa de espelhos e, em alguns casos, aplicar toxina botulínica ajudam a controlar os sintomas. Apenas 150 casos foram descritos em estudos médicos até 2013.

Síndrome de Ekbom

(Foto: Freepik)

Na síndrome de Ekbom, também conhecida como delírio de infestação parasitária, o paciente tem a sensação de que está infestado por insetos ou parasitas rastejando sob a pele. Essa alucinação tátil foi descrita pela primeira vez pelo neurologista sueco Karl Ekbom (1907-1977).

A síndrome é mais frequente em mulheres acima de 40 anos e pode durar de três a quatro anos. Está associada a transtornos como esquizofrenia paranoide, demência, AVC, uso abusivo de cocaína e abstinência de álcool. Por acreditarem que sofrem de um problema físico, muitos pacientes recusam tratamento psiquiátrico, o que dificulta a recuperação.

Síndrome de Alice no País das Maravilhas

(Foto: reprodução)

Essa condição rara, também chamada de síndrome de Todd, altera a percepção de tamanho e distância. O paciente pode enxergar objetos menores ou maiores do que realmente são, ou sentir que o próprio corpo está fora de proporção.

Mais comum em crianças e em pessoas que sofrem de enxaqueca, o distúrbio costuma assustar e gerar crises de pânico. Embora geralmente dure pouco tempo, técnicas de relaxamento ajudam a controlar os episódios. Pesquisas indicam que cerca de metade dos casos têm boa resposta ao tratamento.

Síndrome de Capgras

(Foto: reprodução)

A síndrome de Capgras é um transtorno psiquiátrico que faz a pessoa acreditar que alguém próximo — como um parente ou amigo — foi substituído por um impostor idêntico. É um distúrbio raro e de difícil diagnóstico, geralmente relacionado a lesões cerebrais que afetam a identificação de rostos e a resposta emocional.

O tratamento envolve psicoterapia e uso de medicamentos antipsicóticos, dependendo da causa associada.