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Lula defende padre Júlio Lancelotti, que virou alvo de CPI em São Paulo

Lula defende padre Júlio Lancelotti, que virou alvo de CPI em São Paulo

Kell Vasquez
Por Kell Vasquez | 04 de janeiro de 2024

Nesta quinta-feira (4/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do padre Júlio Lancelotti que virou alvo de uma CPI da Câmara Municipal de São Paulo. A decisão de instalar a Comissão é para investigar as organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Cracolândia, na região central da capital paulista.

Em uma publicação na sua conta do X (ex-Twitter), o Lula deu “graças a Deus” por existirem figuras como o religioso na capital paulista para “dar amparo a quem mais precisa”. A previsão é que os trabalhos da CPI comecem em fevereiro, quando os vereadores voltam do recesso.

“Graças a Deus a gente tem figuras como o Padre Júlio, na capital de São Paulo, que há muitos e muitos anos dedica a sua vida para tentar dar um pouco de dignidade, respeito e cidadania às pessoas em situação de rua. Que dedica sua vida a seguir o exemplo de Jesus. Seu trabalho e da Diocese de São Paulo são essenciais para dar algum amparo a quem mais precisa”, escreveu.


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A CPI das ONGs foi proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Ele acusa as ONGs de promoverem uma “máfia da miséria”, que “explora os dependentes químicos do centro da capital”. O vereador diz que duas entidades serão prioridade nas investigações conduzidas pela comissão: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecido como Bompar, e a Craco Resiste. Rubinho vincula o Bompar ao padre Júlio.

O religioso já declarou, mais de uma vez, que conta apenas com doações e voluntários, não dirige nem tem parceria formal com nenhuma instituição. Integra apenas a Paróquia São Miguel Arcanjo. Também já disse que apenas foi conselheiro, não remunerado, da Bompar. Deixou há 17 anos a posição no conselho deliberativo da entidade.

A iniciativa de Rubinho Nunes para investigar o padre Júlio Lancellotti provocou embates nas redes sociais, com personalidades e entidades ligadas à esquerda criticando a abertura da CPI das ONGs. O nome do religioso foi parar nas trends das redes sociais.

Arquidiocese de SP diz estar perplexa com CPI contra padre

Em nota, a Arquidiocese de São Paulo diz que: “Na qualidade de Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, Padre Júlio exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade”, defende, o órgão da Igreja Católica.

“Reiteramos a importância de que, em nome da Igreja, continuem a ser realizadas as obras de misericórdia junto aos mais pobres e sofredores da sociedade”, conclui o texto.