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“Mesmo com um presidente favorável  temos um Congresso amplamente contra os direitos dos povos indígenas”, diz Vanda Witoto

“Mesmo com um presidente favorável temos um Congresso amplamente contra os direitos dos povos indígenas”, diz Vanda Witoto

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 22 de julho de 2024

Em entrevista exclusiva ao programa Tribuna Livre, da Rede Onda Digital, nesta segunda-feira (22/07), Vanda Witoto (Rede-AM), pré-candidata a vereadora de Manaus, destacou as dificuldades enfrentadas pelas questões relacionadas à Amazônia no Congresso Nacional. Apesar de contar com o apoio do presidente, Witoto enfatizou que a estrutura política atual se opõe fortemente aos direitos dos povos indígenas e às legislações ambientais.

“Mas quando você vê a estrutura macro do que está representado dentro do Congresso, mesmo tendo um presidente que é favorável às nossas lutas, nossas bandeiras, a gente vê que nós temos um Congresso amplamente contra os direitos dos povos indígenas quanto os direitos do ambiente, por exemplo”, disse Vanda Witoto durante a entrevista.

A pré-candidata ressaltou as consequências das mudanças climáticas, particularmente no Rio Grande do Sul e na Amazônia, e criticou a aprovação de medidas que enfraquecem as legislações ambientais, incluindo a controversa lei do marco temporal, que impede a demarcação de territórios indígenas.

“Enquanto o Rio Grande do Sul, enquanto a Amazônia vivenciam essas experiências de mudanças climáticas extremas, a gente vê o Congresso aprovando medidas para enfraquecimento das legislações ambientais e a aprovação de uma lei do marco temporal que visa a não demarcação dos territórios indígenas”, afirmou


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Para Vanda Witoto, a luta por representatividade indígena é essencial para enfrentar esses desafios. Ela defendeu a eleição de mais representantes indígenas para garantir a implementação e o cumprimento de políticas públicas que protejam os direitos desses povos e o meio ambiente.

“Então a gente ainda tem um desafio, e por isso que nós, enquanto mulheres indígenas que estamos organizadas nos movimentos sociais, a gente busca eleger essas representações políticas”, declarou.

Witoto destacou que a ausência de representantes indígenas nos espaços de tomada de decisão é um dos principais obstáculos para a efetivação dessas políticas.

“A gente está entendendo, a partir dessa leitura dessa questão política, que a ausência dos nossos corpos nesses espaços de tomada de decisão, ela é o motor principal para que essas políticas públicas não sejam garantidas, para que uma lei que já existe, ela não seja cumprida”, concluiu.