
Febraban diz que apuração americana sobre PIX é baseada em “compreensão incompleta”

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se manifestou nesta sexta-feira (18/7) sobre a investigação aberta pelos Estados Unidos envolvendo o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, o PIX. Segundo a entidade, a apuração americana parece estar baseada em uma compreensão incompleta sobre o propósito e o funcionamento do PIX.
O processo foi iniciado pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), por solicitação do presidente Donald Trump. Embora o nome do PIX não tenha sido citado diretamente, o documento menciona “serviços de pagamentos eletrônicos e comércio digital”, o que, na prática, envolve o sistema gerido pelo Banco Central.
Em nota, a Febraban afirmou que está confiante de que, no decorrer da audiência pública promovida pelo USTR, as explicações do Banco Central, do setor bancário brasileiro e até de instituições financeiras americanas que operam no país vão esclarecer eventuais dúvidas levantadas pelos EUA.
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A entidade reforça que o PIX é uma infraestrutura pública de pagamentos, desenvolvida em parceria com bancos, fintechs e instituições financeiras — nacionais e estrangeiras — e não um produto comercial com barreiras de entrada. O sistema é aberto, inclusivo e operado em reais, voltado a qualquer empresa ou pessoa que atue no Brasil e possua uma conta em alguma instituição habilitada.
Para a Febraban, o PIX não só fomenta a concorrência no setor bancário como também tem impulsionado a inclusão financeira no país. O uso gratuito para pessoas físicas e sua adoção massiva — com mais de 168 milhões de usuários e cerca de R$ 2,5 trilhões movimentados mensalmente — demonstram o sucesso da ferramenta.
Além de beneficiar o consumidor final com transferências rápidas e gratuitas, o sistema também é vantajoso para empresas, especialmente no recebimento de valores menores. Já são mais de 858 milhões de chaves cadastradas e aproximadamente 6,5 bilhões de transações realizadas por mês, o que evidencia, segundo a Febraban, o impacto positivo do PIX na economia brasileira.