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Ministro da Justiça assina nesta terça (28) portaria para uso de câmeras corporais nos órgãos de segurança

Ministro da Justiça assina nesta terça (28) portaria para uso de câmeras corporais nos órgãos de segurança

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 28 de maio de 2024

Nesta terça-feira (28/5), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, deve oficializar a portaria que estabelece normas gerais para o uso de câmeras corporais nos órgãos de segurança pública do Brasil.

A medida busca padronizar o uso desses equipamentos, definindo em quais situações a gravação será obrigatória.

Conforme o texto da portaria, as seguintes ações devem ser filmadas obrigatoriamente:

  1. Atendimento de ocorrências.
  2. Atividades que demandem atuação ostensiva.
  3. Identificação e checagem de bens.
  4. Buscas pessoais, veiculares ou domiciliares.
  5. Ações operacionais, incluindo manifestações e controle de distúrbios civis.
  6. Cumprimento de mandados judiciais.
  7. Perícias externas.
  8. Atividades de fiscalização e vistoria técnica.
  9. Ações de busca, salvamento e resgate.
  10. Escoltas de custodiados.
  11. Interações entre policiais e custodiados.
  12. Rotinas carcerárias, incluindo atendimento a visitantes e advogados.
  13. Intervenções em crises, motins e rebeliões no sistema prisional.
  14. Situações de oposição à atuação policial, potencial confronto ou uso de força física.
  15. Sinistros de trânsito.
  16. Patrulhamento preventivo e ostensivo ou diligências de rotina.

A portaria define três formas de ativação das câmeras corporais:

  1. Acionamento Automático: Preferencial, com a câmera gravando durante todo o turno do policial.
  2. Acionamento Remoto: Ativação pela autoridade competente através de um sistema.
  3. Acionamento Manual: Realizado pelo próprio policial, permitindo preservar a identidade do agente e os intervalos de trabalho.

Independentemente da forma de acionamento, todas as situações descritas deverão ser gravadas, conforme a nota do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A publicação da portaria ocorre poucos dias após uma polêmica em São Paulo, onde o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lançou um edital para compra de câmeras corporais com a gravação sendo ativada pelo próprio policial como modalidade principal.


Saiba mais:


Incentivo à adoção pelas unidades federativas

Embora a diretriz não seja obrigatória para os estados, aqueles que optarem por aderir às regras receberão recursos da União para a implementação dos equipamentos. A iniciativa visa incentivar a adoção das diretrizes em todo o território nacional.

O repasse de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional para projetos de câmeras corporais estará condicionado à observância das diretrizes estabelecidas pela nova portaria.

Atualmente, além de São Paulo, estados como Bahia, Rio de Janeiro e Santa Catarina já adotaram o uso de câmeras. Em Minas Gerais, Rondônia e Roraima estão em em processo de implementação.