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Morre James Harrison, doador do ‘sangue dourado’ que salvou milhões de bebês

Morre James Harrison, doador do ‘sangue dourado’ que salvou milhões de bebês

Ana Flávia Oliveira
Por Ana Flávia Oliveira | 03 de março de 2025

James Harrison, conhecido como o doador de sangue mais prolífico do mundo, faleceu aos 88 anos no último dia 17 de fevereiro, enquanto dormia na Casa de Repouso Peninsula Village de New South Wales. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (3/3), pela BBC.

Por muitos anos, o australiano foi considerado um herói após seu sangue raro salvar a vida de mais de 2,4 milhões de bebês, conforme informações da Cruz Vermelha Australiana Lifeblood.

O sangue de Harrison continha um anticorpo raro, o Anti-D, que é usado para fazer medicamentos dados a mães grávidas cujo sangue corre o risco de atacar seus bebês ainda não nascidos.

Esse tratamento previne a doença hemolítica do feto e do recém-nascido (DHRN), uma condição grave que ocorre quando o sistema imunológico da mãe ataca os glóbulos vermelhos do bebê devido a uma incompatibilidade de tipo sanguíneo, podendo levar a anemia, insuficiência cardíaca e até a morte do feto.

Harrison prometeu se tornar um doador após receber transfusões durante uma grande cirurgia torácica quando tinha 14 anos. Ele começou a doar seu plasma sanguíneo quando tinha 18 anos e continuou fazendo isso a cada duas semanas até os 81.


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Em 1999, recebeu a Medalha da Ordem da Austrália por sua dedicação, e em 2005, ele teve o recorde mundial de mais plasma sanguíneo doado — um título que manteve até 2022, quando foi ultrapassado por um homem nos EUA.

A Cruz Vermelha Australiana Lifeblood, onde Harrison era um doador pioneiro, estima que mais de três milhões de doses de Anti-D com seu sangue foram distribuídas desde 1967, beneficiando cerca de 45 mil mães e bebês anualmente no país.

Não se sabe ao certo como o sangue de Harrison se tornou tão rico em Anti-D, mas se especula que as transfusões recebidas na adolescência possam ter desencadeado essa rara característica.

*Com informações da BBC News.