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MP vai investigar delegado que liberou advogada flagrada com 10 kg de cocaína em Manaus

MP vai investigar delegado que liberou advogada flagrada com 10 kg de cocaína em Manaus

Caroline Vasco
Por Caroline Vasco | 27 de novembro de 2024

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) vai investigar a conduta do delegado Mário Martins, plantonista do 6° Distrito Integrado de Polícia (DIP), que liberou a advogada Suiane Vitória após ela ser flagrada com 10 kg de cocaína dentro do próprio carro. O caso ocorreu na noite de quinta-feira (21/11), na Rua Salomão, Bairro Colônia Terra Nova, na zona Norte de Manaus.

De acordo com os policiais das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), a advogada estava com o marido, Janderson de Medeiros da Silva.

Apenas o homem foi preso. Na ocasião, os PMs realizavam patrulhamento tático, por volta das 19h40, quando receberam denúncia anônima de que suspeitos estavam efetuando disparos de arma de fogo e comercializando entorpecentes na rua Salomão, nas proximidades de um supermercado.

O tenente PM Wilkens Diego relatou, ainda, que a dupla tentou fugir, mas foi capturada e encaminhada, juntamente com o material ilícito, o veículo e dois aparelhos celulares, para o 6° Distrito Integrado de Polícia (DIP). O marido da advogada já possui passagem pela polícia pelo crime de associação para o tráfico de drogas.

Veja o vídeo;


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No entanto, o promotor de Justiça Armando Gurgel contestou a decisão do delegado de prender Janderson e liberar Suiane “sem qualquer justificativa, não foi apresentada ao Juízo, tampouco lavrado Auto de Prisão em Flagrante”.

O membro classificou como “duvidosa” a alegação da advogada que teria informado que estava no local para receber honorários.

“Enquanto malhava numa academia, teria decidido, sem mais nem menos, pedir carona a um terceiro para ir a uma área vermelha receber honorários, quando foi flagranteada com 10kg de cocaína dentro do carro carona”, diz trecho do documento do MPAM.

Além disso, o Gurgel afirmou que durante o flagrante, Suiane teve direito à presença de um advogado e também teria sido concedido o direito à presença de representante da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB-AM), “o que pode soar como intimidação institucional e influência externa indevidas, quando existem meios conhecidos pelos advogados e instâncias próprias para as devidas providências
necessárias, incluindo o controle externo da atividade policial pelo Ministério Público”.

Por fim, o promotor de justiça determinou que seja investigado o crime de tráfico de drogas após o flagrante da advogada e do marido dela com 10 kg de cocaína, a abertura de inquéritos civis para investigar a conduta do delegado Mário Martins e também para investigar “as prerrogativas dos Advogados durante a lavratura de flagrante” contra a advogada e o marido.