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“Ele morreu pedindo socorro”: mulher acusa policiais de matarem o marido em abordagem sem mandado

“Ele morreu pedindo socorro”: mulher acusa policiais de matarem o marido em abordagem sem mandado

Arquipo Goes
Por Arquipo Goes | 14 de julho de 2025

Um homem de 32 anos, identificado como Rogério Almir Santos de Lima, morreu após uma ação policial dentro de sua residência no município de Santana do Ipanema, interior de Alagoas. A esposa da vítima, que está grávida, denunciou nas redes sociais que ele foi agredido e torturado por policiais militares da Companhia de Caatinga (Copes) durante uma abordagem sem mandado judicial.

Segundo o relato da mulher, Rogério estava em casa jogando videogame quando os agentes invadiram o imóvel. Ela afirma que havia saído por poucos minutos para fazer uma compra e, ao retornar, encontrou a casa destruída e o marido já sendo levado para o hospital, onde teria chegado sem vida. “Mataram meu marido de pancada e choque. Ele morreu pedindo socorro”, desabafou em vídeo.


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Cenas de violência

Uma vizinha do casal também divulgou imagens do interior da casa logo após a ação policial. No vídeo, é possível ver móveis revirados, manchas de sangue pelo chão e um fio desencapado, que segundo ela, teria sido usado para aplicar choques em Rogério.

“Esse foi o quarto da tortura. Molharam ele, amarraram na cama e deram choque com cabo de TV. Colocaram a cabeça dele na pia. Isso aqui é sangue. Eles limparam, mas ainda tem marcas”, disse a vizinha, visivelmente abalada.

O Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a causa da morte foi espancamento.

Veja os vídeos:

Divergências

Em nota, a Polícia Militar informou que realizava rondas após uma denúncia de tráfico de drogas na região. De acordo com a versão dos agentes, Rogério foi encontrado “se debatendo no chão” e teria sido socorrido imediatamente. Ainda segundo a PM, cerca de 200 pedras de crack foram apreendidas no local.

A corporação alegou que o homem possuía antecedentes por homicídio qualificado, associação para o tráfico e porte ilegal de arma. No entanto, não esclareceu por que a abordagem foi feita sem mandado judicial, tampouco explicou a ausência de relato sobre resistência ou confronto armado.

A Delegacia de Homicídios de Santana do Ipanema instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias da morte e apurar a denúncia de tortura. O caso segue sob investigação.