Rede Onda Digital
Ouça a Rádio 92,3Assista a TV 8.2
Na China, hospital é acusado de vender certidões de nascimento para barrigas de aluguel

Na China, hospital é acusado de vender certidões de nascimento para barrigas de aluguel

Kell Vasquez
Por Kell Vasquez | 21 de março de 2024

Um hospital da província de Guizhou, no centro da China, foi acusado de vender certidões de nascimento falsas para bebês nascidos por barriga de aluguel, prática ilegal no país.

O caso veio a público após uma denúncia por um ativista nas redes sociais chinesas de que desde 2016 o hospital, localizado na cidade de Kaili, vendeu certidões de nascimento fraudulentas para regularizar a identidade de crianças nascidas de mães de aluguel, em colaboração com uma agência ilegal, informou o jornal local The Paper.

A diretora do hospital, identificada apenas pelo seu apelido, Wang, teria cobrado cerca de 30.000 yuans (cerca de R$20.700,00) por cada nascimento de barriga de aluguel, de acordo com a queixa.

Inicialmente, a diretora negou qualquer envolvimento, porém mais tarde admitiu ter facilitado vários partos de substituição e emitido certidões de nascimento.


Leia mais:

 “Bebê Goku”? China registra caso de recém-nascido com cauda de 10 centímetros

Chinês descobre que não é pai de seus quatro filhos após 16 anos de casamento


Na sequência das revelações, a comissão de saúde local anunciou, na segunda-feira (18/03), a criação de uma equipe para investigar os pormenores do caso.

Em novembro passado, o mesmo ativista acusou um hospital da província central de Hubei de vender certidões de nascimento falsas por mais de 60.000 yuan (R$42.033,58) cada, que resultou na detenção de seis pessoas.

A certidão de nascimento é o primeiro documento na vida de uma pessoa e é um pré-requisito para o registo de residência, vacinação e cartão de segurança social no país asiático.

O tráfico de seres humanos é um problema persistente na China, exacerbado pela política de longa data do filho único e pelo desequilíbrio de género, que, segundo o Banco Mundial, fez com que houvesse mais 42 milhões de homens do que mulheres em 2017, embora nos últimos anos tecnologias como a análise de ADN e o reconhecimento facial tenham ajudado a resolver casos que estavam suspensos há anos.