
Tarifaço de Trump tem impacto limitado, mas reciprocidade de Lula é ameaça

O impacto do tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, às exportações de produtos brasileiros terá impacto residual na economia do Amazonas. No entanto, se o Governo Brasileiro adotar a política de reciprocidade tarifária, o bicho vai pegar no setor de combustíveis e derivados.
Comandante do principal motor da economia amazonense, o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, explicou que as exportações do Polo Industrial de Manaus (PIM) alvo do tarifaço de Trump representam um volume quase insignificante para o faturamento local.
“Evidente que a cautela e a prudência será o Norte do comportamento da Suframa, que acredita na capacidade de negociação do governo e do ministro Geraldo Alckmin”, destacou.
Atualmente o principal produto industrial exportado de Manaus para os Estados Unidos são motocicletas de alta cilindradas, como as produzidas por empresas como a norte-americana Harley-Davidson e a inglesa Triumph. O tarifaço de Trump entra em vigor em agosto.
Produtos da bioeconomia, como castanhas e óleos essenciais, também poderão ser atingidos pelo tarifaço de Donald Trump, mas os volumes destes produtos são insignificantes.
O presidente da Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, também aposta no diálogo entre os dois países, uma vez que o tarifaço não tem sentido algum do ponto de vista econômico.
“Teremos sim problemas comerciais, pois exportamos produtos da bioeconomia e isso, taxação e burocracias, vai atrapalhar. Esperamos que seja um problema momentâneo e que será alvo de conversas que podem neutralizar e até minimizar o viés político”, analisa.
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Resposta a tarifaço de Trump é o problema
O principal produto exportado pelo Brasil e atingido pelo tarifaço de Donald Trump é o petróleo cru, comercializado pela Petrobras.
Embora a estatal produza petróleo no Amazonas, na província petrolífera de Urucu, no município de Coari, no Médio Solimões, toda a produção de lá é refinada nas unidades da Estatal no Sudeste do Brasil.
O problema nessa área é se o Brasil usar a Lei de Reciprocidade Diplomática, que permitirá ao Governo Federal aplicar tarifa semelhante a produtos norte-americanos importados pelo País, no caso 50%.
“O ponto que precisa se preocupar é se isso afetaráa as importações, pois o grupo privado dono da Refinaria da Amazônia (Ream) compra uma parte da gasolina nos Estados Unidos e outra no Peru. Então (se houver reciprocidade, haverá impacto nos preços dos combustíveis no Amazonas e na Região Norte”, avalia o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Amazonas, Marcus Ribeiro.