Rede Onda Digital
Ouça a Rádio 92,3Assista a TV 8.2
TORTURA: Homem é preso suspeito de agredir e obrigar enteada de 4 anos a comer fezes em quarto escuro no RJ

TORTURA: Homem é preso suspeito de agredir e obrigar enteada de 4 anos a comer fezes em quarto escuro no RJ

Gaby Santos
Por Gaby Santos | 18 de maio de 2025

Um homem foi preso nesta sexta-feira (16/5), no Rio de Janeiro, suspeito de tortura contra e enteada de quatro anos. O caso, investigado pela 37ª Delegacia de Polícia (Ilha do Governador), causou forte comoção entre os agentes responsáveis.

Estado de saúde da enteada

Segundo a Polícia Civil, a criança foi levada em estado gravíssimo ao Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Exames médicos identificaram perfuração intestinal, fratura no braço e sepse abdominal.

A equipe médica disse que a menina chegou ao hospital à beira da morte. Ela sofreu quatro paradas cardíacas, apresentava vômitos, múltiplos hematomas e permanece internada, entubada e com risco de vida.


Leia também:

Homem condenado por abusar de ex-enteada é capturado em oficina no interior do AM

Fotógrafo é preso suspeito de estuprar enteada de 11 anos em Parintins


Investigações

Durante as investigações, os policiais civis tiveram acesso a conversas entre o padrasto e a mãe da criança. Em uma das mensagens, o homem afirma:

“Ela é forte porque estou moldando na dor. Fica fraco quando é só amor”. A mensagem provocou revolta nos investigadores, que classificaram o conteúdo como uma “evidente prática de tortura”.

As apurações indicam que a criança era frequentemente trancada em banheiros escuros e obrigada a ingerir fezes. As agressões eram recorrentes e justificadas com alegações falsas de “quedas” ou “acidentes domésticos”, segundo os relatos colhidos.

O que diz a polícia

De acordo com o delegado Felipe Santoro, titular da 37ª DP, o caso ultrapassa os limites da violência doméstica e se configura como tortura sistemática, com um grau de crueldade extremo.

“Estamos diante de um verdadeiro carrasco. A frieza das mensagens, o padrão de agressões e a omissão deliberada de socorro mostram um cenário de terror que vinha se arrastando há meses”, afirmou o delegado.

Em outra troca de mensagens, a mãe confronta o companheiro, apontando uma das agressões:

“Eu vi você dando uma joelhada nela só porque ela não queria comer.”

As investigações seguem em andamento. O homem está preso, e a Polícia Civil busca entender a extensão das agressões e possíveis responsabilidades por parte da mãe.