
Trump ameaça o Brasil com novas tarifas comerciais: “Não tem sido bons para nós”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9/7) que novas tarifas comerciais devem ser impostas ao Brasil nos próximos dias. A declaração foi feita durante um evento com líderes da África Ocidental na Casa Branca.
“O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós, nada bom”, afirmou Trump a jornalistas. “Acredito que até o fim do dia ou, no mais tardar, amanhã pela manhã, divulgaremos algo relacionado ao Brasil”, falou.
A medida faz parte de uma escalada tarifária promovida por Trump nas últimas semanas, com o objetivo declarado de combater o déficit comercial dos EUA com diversos países. Nesta quarta, novas tarifas de até 30% foram anunciadas contra Argélia, Brunei, Iraque, Líbia, Moldávia, Sri Lanka e Filipinas.
Desde abril, Trump vem pressionando por “tarifas recíprocas”, exigindo contrapartidas comerciais de países que, segundo ele, não oferecem condições justas aos produtos americanos. Apesar das ofensivas, poucos acordos foram firmados até agora. Apenas o Reino Unido e o Vietnã chegaram a um entendimento parcial com os EUA.
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Durante reunião de gabinete na terça-feira (8/7), Trump reforçou que a simples entrega de uma carta já configura um início de acordo, embora diversos países afetados discordem dessa interpretação e peçam negociações mais formais.
Além de criticar o desequilíbrio comercial, o presidente americano também relaciona o aumento das tarifas a políticas associadas ao Brics, grupo que reúne países como China, Rússia, Brasil, Índia e África do Sul, e que ele acusa de prejudicar os interesses dos EUA no mercado internacional.
“A partir de 1º de agosto, não haverá mais prorrogações. Quem não negociar, pagará as tarifas”, afirmou Trump.
As novas medidas também afetam produtos específicos, com destaque para a proposta de taxa de 50% sobre o cobre importado, que deve entrar em vigor até o início de agosto, segundo o secretário de Comércio, Howard Lutnick.
Outro setor na mira do governo é o farmacêutico. Trump indicou que pretende estabelecer tarifas de até 200% sobre medicamentos importados, com um prazo de 12 meses para que as empresas transfiram parte da produção para os EUA. A ideia é reforçar a reindustrialização americana e reduzir a dependência externa.
Na terça, a África do Sul, que foi alvo de uma tarifa de 30%, reagiu às sanções.
“Ainda esperamos uma comunicação formal, mas seguimos em diálogo construtivo com os EUA. Não somos antiamericanos”, declarou o porta-voz do Ministério do Comércio, Kaamil Alli, à agência Reuters.
Com o Brasil agora no radar das medidas tarifárias, cresce a tensão em torno do futuro das relações comerciais entre os dois países, em um momento de instabilidade no cenário internacional e de pressões crescentes sobre as cadeias globais de produção.
*Com informações da CNN Brasil.