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CCJ da Câmara aprova projeto de lei que propõe retorno do voto impresso

CCJ da Câmara aprova projeto de lei que propõe retorno do voto impresso

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 12 de dezembro de 2024

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (11/12), aprovou o projeto de lei que determina a retomada do voto impresso e autoriza a recontagem física de cédulas em eleições no Brasil. O texto agora segue para votação no plenário, onde será decidido se a proposta será definitivamente implementada.

Com 31 votos a favor e 20 contrários, o projeto, de autoria do deputado Carlos Henrique Gaguim (MDB-TO) e relatado por José Medeiros (PL-MT), visa alterar a Lei das Eleições. A proposta estabelece que a representação puramente eletrônica dos votos seja vedada, marcando uma mudança significativa no processo eleitoral brasileiro.

O projeto prevê que os partidos políticos podem solicitar a recontagem dos votos em até 48 horas após a divulgação do resultado das eleições. Além disso, determina que 5% das urnas sejam escolhidas aleatoriamente para contagem pública, com a presença de representantes de partidos, Ministério Público, OAB e outras entidades.

O relator, deputado Carlos Gaguim, defendeu que a medida busca aumentar a transparência e a confiabilidade do processo eleitoral:

“Ao adotar essa medida, o processo eleitoral brasileiro reforçará sua credibilidade, assegurando aos eleitores que os resultados refletem fielmente a vontade popular. Além disso, a presença de diversas entidades durante a seleção e contagem das urnas promove a participação cidadã e o controle social, elementos fundamentais em uma democracia sólida.”


Saiba mais:


Como será feita a recontagem de votos

De acordo com o texto, as urnas selecionadas serão abertas pela mesa receptora, e cada voto será lido em voz alta, examinado por fiscais e registrado em um boletim de urna. O resultado será comparado aos dados eletrônicos e registrado em ata detalhada, disponível ao público.

Resistências e histórico do voto impresso

A proposta enfrentará desafios no plenário, pois medidas semelhantes já foram rejeitadas no passado. Em 2021, a Câmara vetou uma PEC que defendia a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor”, uma pauta associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O Brasil utiliza urnas eletrônicas desde 1996, sendo um sistema amplamente auditável e testado. A Justiça Eleitoral realiza regularmente testes públicos para garantir a segurança do processo.

*Com informações de Agência Câmara