Rede Onda Digital
Ouça a Rádio 92,3Assista a TV 8.2
Chuvas fazem rio Negro subir em Manaus: Nível está 1 metro acima do mesmo período de 2024

Chuvas fazem rio Negro subir em Manaus: Nível está 1 metro acima do mesmo período de 2024

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 27 de março de 2025

O nível de cinco dos seis principais rios do Amazonas já ultrapassa o registrado na mesma data do ano anterior, segundo dados do Painel de Monitoramento Hidrometeorológico da Defesa Civil do Amazonas. Em Manaus, o nível do rio Negro está 1 metro acima do registrado no mesmo período de 2024.

O levantamento mostra que, na terça-feira (25/3), os rios Negro, Solimões, Purus, Madeira e  Amazonas estavam, pelo menos, 1 metro acima do nível registrado no mesmo dia em 2024. A maior diferença foi observada no Purus, cuja cota superou em 5,44 metros o nível atingido no ano anterior.

As medições foram realizadas nos seguintes municípios, monitorados pelo Painel de Monitoramento Hidrometeorológico da Defesa Civil do Amazonas:

  • Manaus– Rio Negro – 25,75 metros
  • Itacoatiara– Rio Amazonas – 12,25 metros
  • Tabatinga – Rio Solimões – 11,41 metros
  • Boca do Acre– Rio Purus – 19,24 metros
  • Humaitá– Rio Madeira – 23,08 metros

No momento, só o Juruá não se encontra em nível acima do registrado em 2024.

Devido à subida dos rios, os municípios de Humaitá e Boca do Acre já decretaram situação de emergência.


Leia mais:

VÍDEOS: Após chuva, desabamento de casa no Jorge Teixeira deixa 2 pessoas feridas

Famílias afetadas pelas fortes chuvas na Comunidade Fazendinha recebem atendimento emergencial em Manaus


Causas do aumento do nível dos rios

Pesquisadores do Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre da Universidade do Estado do Amazonas (Labclim/UEA) estão usando dados da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Serviço Geológico Brasileiro (SGB) para monitorar o comportamento dos rios durante o início da cheia. Segundo eles, o inverno amazônico é um dos principais fatores para a subida dos corpos fluviais.

Leonardo Vergasta, um dos pesquisadores envolvidos no projeto, afirmou:

“A gente teve aí no início de 2025 a atuação do efeito La Niña, que é o resfriamento das águas do pacífico equatorial, então a gente tem um aumento das intensidades de chuva na região, e coincidiu com nosso período chuvoso, então a partir de fevereiro toda a bacia amazônica teve chuvas acima da normalidade”.

Mesmo assim, o pesquisador aponta que não deve ocorrer uma cheia recorde este ano:

“Eu ressalto que as inundações ocorrem de formas repentinas e rápidas, então não deve ser um tipo de evento que venha trazer recordes. A expectativa é que partir do mês de abril, as chuvas se concentrem na porção Centro-Norte da bacia amazônica e já em maio, a expectativa é de que voltem à normalidade”.

Em Manaus, a última cheia recorde do rio Negro aconteceu em 2021, quando o nível ultrapassou os 30 metros. Pelos últimos dois anos, o estado registrou secas recordes durante o período de estiagem.

Segundo os pesquisadores, o ápice do período chuvoso durante o inverno amazônico deve ocorrer  entre os meses de maio e junho.

*Com informações de G1