
Nikolas Ferreira e Eduardo Bolsonaro ‘fizeram as pazes’ após atrito nas redes, afirma site

Os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), dois dos principais nomes da bancada “bolsonarista” na Câmara, encerraram uma disputa pública após uma conversa por telefone no início desta semana. O objetivo foi distensionar o clima e selar uma trégua em nome de um “inimigo comum”: o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O desentendimento teve início após Eduardo Bolsonaro expressar publicamente sua insatisfação com o que considerava uma postura omissa de Nikolas em relação às suas articulações internacionais. O filho do ex-presidente está nos Estados Unidos liderando uma ofensiva para pressionar autoridades norte-americanas a aplicarem sanções, com base na Lei Magnitsky, contra Moraes — medida já comemorada por aliados como uma resposta ao que classificam como autoritarismo do STF.
Eduardo acreditava que Nikolas não estaria sendo suficientemente vocal no apoio às ações que ele e o ex-comentarista da Jovem Pan, Paulo Figueiredo, têm conduzido nos EUA. Nikolas, por sua vez, negou omissão, alegou já ter feito vídeos em apoio à iniciativa e demonstrou desconforto com as críticas públicas.

Segundo relatos, a ligação foi intermediada por Figueiredo, que estava ao lado de Eduardo no momento da conversa. O diálogo foi descrito por interlocutores como uma “conversa de alinhamento”, em que ambos reconheceram a importância de manter a união em um momento de pressão política externa contra o Judiciário brasileiro.
Como primeiro gesto público da reconciliação, Nikolas publicou em suas redes sociais, na quarta-feira (30), uma manifestação de apoio à Lei Magnitsky, destacando o protagonismo de Eduardo Bolsonaro na articulação com o governo dos Estados Unidos.

Na semana anterior, no entanto, o clima era tenso. Na segunda-feira (28), Eduardo criticou Nikolas nas redes sociais ao comentar uma publicação do blogueiro Allan dos Santos, que apontava uma suposta aproximação de Nikolas com a influenciadora digital conhecida como “Baianinha”, que se apresenta como ex-bolsonarista. Santos, que é foragido da Justiça brasileira desde 2021, chamou Nikolas de “canalha” se a informação fosse verdadeira.
Eduardo respondeu à postagem reforçando o ataque:
“Ela é uma pessoa abjeta, que defende a minha prisão e de minha família. É triste ver a que ponto o Nikolas chegou”, escreveu no X (antigo Twitter).
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O parlamentar paulista já havia feito críticas semelhantes em entrevista à revista Oeste, quando cobrou uma atuação mais ativa de Nikolas em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu em ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Eduardo argumentou que, por ter grande alcance e habilidade em comunicação, Nikolas deveria usar sua influência para amplificar a defesa dos aliados, especialmente nas articulações internacionais que visam pressionar o STF.
Nikolas não respondeu publicamente às críticas, mas nos bastidores buscou reestabelecer o diálogo. Com o acerto, ele se comprometeu a reforçar o apoio às ações de Eduardo nos Estados Unidos. A reaproximação busca restaurar a imagem de coesão entre os aliados mais jovens do bolsonarismo em um momento de ofensiva política contra o Supremo.
A Lei Magnitsky, foco do embate político, é uma legislação americana que permite a aplicação de sanções financeiras e restrições de visto a indivíduos acusados de violações de direitos humanos ou corrupção. A possível aplicação da medida contra Alexandre de Moraes vem sendo celebrada por parlamentares bolsonaristas como uma vitória política no exterior.
*com informações de Folha de S. Paulo