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‘Não dou conta’: médica relembra o que Preta Gil disse nos últimos momentos

‘Não dou conta’: médica relembra o que Preta Gil disse nos últimos momentos

Ingrid Galvão
Por Ingrid Galvão | 08 de agosto de 2025

A médica Roberta Saretta, que acompanhou Preta Gil durante toda sua batalha contra o câncer, falou pela primeira vez sobre os momentos finais da cantora e os bastidores do tratamento, no Brasil e nos Estados Unidos. Roberta esteve ao lado de Preta em seus últimos instantes de vida, dentro da ambulância, pouco antes da artista falecer nos EUA, em 2025.

Coordenadora da equipe do cardiologista Roberto Kalil, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Roberta revelou que o maior desejo de Preta Gil era voltar ao Brasil. Apesar de clinicamente estável ao sair para o aeroporto, a cantora passou mal no trajeto e, ao perceber que não suportaria o voo, foi levada às pressas para um hospital próximo.

“Durante o trajeto de uma hora e vinte minutos até o avião, fiquei de frente para ela, repetindo que a levaria para casa. Ela esteve acordada o tempo todo. Ao chegar ao aeroporto, passou mal. […] ‘Preta, você dá conta de viajar? Segura mais um pouco?’ E ouvi a resposta: ‘Não dou conta’. Poucos minutos depois, ela se foi”, contou a médica ao jornal O Globo.

Roberta também falou sobre o início da luta de Preta contra a doença, em janeiro de 2023, quando a cantora foi diagnosticada com câncer após um sangramento intestinal. A médica contou que enfrentou resistência inicial da paciente, que relutava em aceitar o tratamento.

“Ela não parava quieta, eu sabia que seria difícil pegá-la. Armei uma arapuca. […] Falei que ela não sairia dali sem fazer exames, que eu não queria saber dos problemas pessoais dela. A Flora e o Gil ajudaram muito”, relembrou.


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Segundo Roberta, Preta não queria apenas prolongar a vida por alguns meses — ela queria superar a doença e viver muitos anos. Essa determinação foi o que a motivou a buscar um tratamento experimental nos Estados Unidos. A busca, no entanto, foi difícil e cheia de obstáculos.

“Não é simples mesmo. A preferência é para os americanos; há uma infinidade de regras. […] Conseguimos entrar em um centro pequeno, com excelentes oncologistas, na Virgínia”, explicou.

A médica também destacou o papel essencial de amigos próximos, como Marina Morena, para viabilizar o tratamento no exterior, e reforçou a força de vontade de Preta até o fim. “Ela queria viver mais 15 anos. Só entende isso quem lida com a morte”, afirmou.