
Festival de Parintins: confira como foi a primeira noite de Garantido e Caprichoso

A 58ª edição do Festival Folclórico de Parintins começou na noite de sexta-feira, no bumbódromo da ilha tupinambarana. O primeiro a entrar na arena foi o Garantido, com o tema “O Ecoar das Vozes da Floresta”, cativando o público com lendas, cerimônias e expressões da ancestralidade indígena. Já o Boi Caprichoso fechou a noite com o tema “Amyipaguana: Retomada pelas Lutas”.
Apresentação do Garantido
O bumbá vermelho e branco, em sua busca pelo 33º título, reforçou sua identidade como o boi do povo, proporcionando ao Bumbódromo um show vibrante que enalteceu as raízes culturais da Amazônia. A primeira noite do boi encarnado foi embalada pela pluralidade do povo da floresta, com destaque para a Lenda Amazônica, Item 17, “Tapyra’yawara” e o encerramento da noite com o Ritual Indígena “Moyngo, A Iniciação Maragareum”.

Para o coordenador de itens do Garantido, Lucas Vasconcelos, 25, a primeira noite representa a conexão do bumbá encarnado com a sua galera e o sucesso do espetáculo depende da preparação de cada item.
“Estamos trabalhando há mais de um ano para esse momento. Temos sempre aquela ansiedade, mas trabalhamos para trazer esse boi grande e diferente para o Bumbódromo”, ressaltou o coordenador de itens, Lucas Vasconcelos.
Apresentação do Caprichoso
Em uma apresentação repleta de grandes alegorias e intensa carga simbólica, o bumbá azul e branco destacou a resistência dos indígenas, os conhecimentos tradicionais e a força das mulheres da Amazônia, reiterando seu compromisso com a preservação cultural da floresta e das comunidades indígenas.
De acordo com o presidente do Boi Caprichoso, Rossy Amoedo, 2025 foi mais um ano de dedicação para entregar um grande espetáculo. “Nós nos preparamos muito para esse momento. Primeira noite, sempre temos atenção, mas o Boi Caprichoso se dedicou, se esforçou bastante para chegar pronto para entrar na arena e fazer um grande espetáculo”, disse o presidente.

Entre os destaques da apresentação esteve a alegoria “Yurupari”, criada pelo artista Roberto Reis. A obra apresentou a história da divindade indígena Yurupari, personagem tradicional da cultura amazônica que, ao longo da história, foi demonizada por religiosos no processo de catequização das populações indígenas.
A Figura Típica Regional escolhida pelo Caprichoso foi “Majés, as Senhoras da Cura, assinada pelos alegoristas Preto e Paulo Pimentel”, conhecidos como Irmãos do Palmares. A apresentação homenageou as mulheres da Amazônia que, com conhecimentos sobre plantas medicinais e técnicas tradicionais, atuam na preservação da cultura e na promoção da saúde nas comunidades.
A apresentação foi encerrada pelo Ritual Indígena que teve como tema “Ritual Tupinambá: A Retomada da Verdade Originária”, a alegoria foi desenvolvida pelo artista Jucelino Ribeiro, que trouxe.