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Governo destinará moedas jogadas em espelhos d’água dos palácios presidenciais aos cofres públicos; opositores criticam

Governo destinará moedas jogadas em espelhos d’água dos palácios presidenciais aos cofres públicos; opositores criticam

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 20 de dezembro de 2024

Nesta quinta-feira (19/12), foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) uma medida que regulamenta a destinação das moedas jogadas por visitantes nos espelhos d’água dos palácios presidenciais. De acordo com as novas regras, esses valores serão recolhidos periodicamente e destinados ao Tesouro Nacional, promovendo maior controle e transparência sobre os recursos.

Antes dessa medida, não havia regulamentação que disciplinasse o destino das moedas lançadas nos espelhos d’água. Com as novas normas, a arrecadação deverá ocorrer, no máximo, a cada seis meses. As moedas que não estão mais em circulação ou que possuem valor histórico, cultural ou artístico serão encaminhadas ao Museu de Valores do Banco Central.

As moedas estrangeiras recolhidas serão convertidas em moeda nacional, sempre que possível. O valor resultante será depositado diretamente na conta do Tesouro Nacional, reforçando a destinação para o uso público.


Saiba mais:


Oposição critica o destino das moedas

A decisão do governo federal de recolher as moedas repercussão entre parlamentares opositores. O episódio ocorre em uma semana movimentada no Congresso Nacional, marcada pela votação da regulamentação da reforma tributária e do pacote fiscal do governo.

Nas redes sociais, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizaram a decisão e sugeriram que seria uma “estratégia de arrecadação”.

A deputada Carla Zambelli (PL-SP), conhecida por suas críticas à atual gestão, compartilhou um meme do presidente Lula, acusando o governo de irresponsabilidade fiscal.

“As contas do DESgoverno estão ruins por conta de sua própria irresponsabilidade bancando e ampliando privilégios. SURREAL”, publicou.

O senador Carlos Portinho (PL-RJ) também manifestou sua opinião com tom de crítica, compartilhando um print da notícia e afirmando que o governo praticava “mendicância”. Segundo ele, a decisão revela a fragilidade das contas públicas. “E quebrou mesmo”, destacou.

Líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) comparou a medida às ações da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que em dezembro de 2022 também determinou a remoção das moedas no Palácio do Alvorada. Na época, Michelle arrecadou cerca de R$ 2.213,55, doados posteriormente a uma instituição de caridade.

“A coisa está tão feia que até as moedinhas viraram estratégia de arrecadação”, criticou Marinho.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) seguiu na mesma linha, destacando o contraste entre as críticas recebidas por Michelle Bolsonaro e a reação atual.

“Daí, qualquer acusação contra Jair Bolsonaro cai em descrédito e idiotas acham que é por conta de GDO”, escreveu ele, referindo-se ao tratamento dispensado à ex-primeira-dama.