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Polícia investiga criadores de conteúdo que divulgaram “desafio do desodorante” no TikTok

Polícia investiga criadores de conteúdo que divulgaram “desafio do desodorante” no TikTok

Phill Vasconcelos
Por Phill Vasconcelos | 14 de abril de 2025

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu investigação para identificar os responsáveis por criar e divulgar nas redes sociais conteúdos relacionados ao chamado “desafio do desodorante”. Uma trend que surgiu no TikTok e teria sido responsável pela morte de Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, em Ceilândia.

De acordo com o delegado Walber Lima, da 15ª Delegacia de Polícia, os autores das publicações podem responder por homicídio duplamente qualificado, cuja pena pode chegar a 30 anos de prisão. A principal hipótese investigada é que Sarah teria participado do desafio após assistir a vídeos na internet.

O celular usado pela criança foi apreendido e encaminhado à perícia. A análise do aparelho deve revelar o histórico de navegação e os conteúdos acessados pela criança. O laudo pericial tem previsão de conclusão em até 30 dias. “Queremos entender o que ela viu, quais vídeos foram assistidos e se houve incentivo direto à prática”, explicou o delegado.

O laudo cadavérico, elaborado pelo Instituto Médico Legal (IML), já foi finalizado e será incluído no inquérito para auxiliar nas investigações.

Desafio do TikTok teria sido o responsável pela morte de Sarah

Segundo relatos da família, Sarah foi encontrada desacordada pelo avô na última quinta-feira (10/4), em casa. Ela estava deitada no sofá, ao lado do celular e de um frasco de desodorante aerossol. Uma almofada encharcada de desodorante estava ao lado da menina.


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Sarah foi socorrida e levada às pressas a uma unidade de saúde por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ainda com vida. O óbito foi confirmado no domingo (13/4), tendo como diagnóstico morte cerebral. A menina foi sepultada na tarde desta segunda-feira (14/4).

O perigoso “desafio do desodorante”

O “desafio do desodorante” consiste em inalar o produto pelo maior tempo possível. A prática, que tem ganhado visibilidade entre crianças e adolescentes em plataformas digitais, é considerada extremamente perigosa.

Médicos e especialistas alertam que a inalação de aerossóis pode comprometer rapidamente os pulmões, reduzir a oxigenação no sangue e causar danos graves ou fatais. Além disso, desodorantes contêm etanol em alta concentração, o que agrava os riscos de intoxicação.

A PCDF continua apurando o caso para responsabilizar os envolvidos na disseminação dos conteúdos que podem ter influenciado a vítima.