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Ao contrário da CMM, Aleam abre espaço para viúvo de biomédica grávida que morreu após acidente em Manaus

Ao contrário da CMM, Aleam abre espaço para viúvo de biomédica grávida que morreu após acidente em Manaus

Gaby Santos
Por Gaby Santos | 07 de agosto de 2025

Na manhã desta quinta-feira (7/8), João Vitor, viúvo da biomédica Giovana Ribeiro da Silva, que morreu grávida de oito meses após um acidente em uma avenida recém-recapeada pela Prefeitura de Manaus, teve espaço e subiu à tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Na ocasião, manifestou revolta sobre o tratamento que recebeu, junto à família na sede da Câmara Municipal de Manaus (CMM), na quarta-feira (7/8).

Segundo ele, que tinha o objetivo de pedir apoio aos vereadores, foi impedido de se expressar após os parlamentares saírem do local e desligarem as luzes.

“A estava querendo dar voz a causa da Giovana que estava grávida de oito meses e morreu por conta de um buraco. O vereador Rosses falou com todos eles e eles simplesmente apagaram as luzes do plenário e, como ratos, saíram pelos fundos deixando a gente em prantos lá sentados na cadeira”, explicou ele.

Na fala, ele ainda ressaltou o pedido de apoio à CPI do Asfalto apresentada pelo deputado estadual Delegado Péricles (PL), na Aleam, que visa investigar o uso de verbas para o recapeamento das ruas do município.

“O que mudou de ontem pra hoje? As ruas foram asfaltadas de ontem pra hoje? Será que a dor da nossa família e de tantas outras que estão morrendo no asfalto é negociável?. Eu imploro para vocês do fundo do coração que essa CPI continue viva”, pediu ele.

João também citou o governador do estado, Wilson Lima, como apoiador da causa.

“Eu sei que o governador estará ao nosso lado, pois ele enviou recurso para asfaltar, todo sabem disso. Cento e oitenta e poucos milhões de reais”, declarou ele.

Veja a fala de João:

Deputados se manifestam na Aleam

Após a fala do viúvo, alguns deputados presentes na Aleam prestaram apoio a ele e declararam apoio à CPI.

“Gostaria de me solidarizar com o falecimento da sua esposa, da sua filha. Tenha certeza que esta casa, no momento em que aconteceu esse fato, muitos se pronunciaram aqui. Enquanto eu estiver aqui nós sempre estaremos de portas abertas par receber quem quer que seja”, disse o presidente da casa Roberto Cidade.

Já o Delegado Péricles, representante da CPI do Asfalto disse: “A gente ouvindo o João Vitor não tem como não sentir um pouco da dor da família da Giovana”, declarou.

O deputado Wilker também falou sobre o tema: “A resposta que a gente pode dar à família da Giovana é que outras vidas possam ser salvas”, disse ele, ressaltando a importância da CPI.

Débora Menezes também se manifestou a favor da CPI mesmo sem ter assinado, já que o documento já está protocolado.

“Eu não tenho dúvidas de que esta casa vai fazer o seu dever até o final de fiscalização para que a gente possa dar uma resposta para a população”, disse a parlamentar.

Dan Câmara se manifesta

O deputado Dan Câmara (Podemos), que fez a solicitação de retirada da sua assinatura da CPI, esclareceu o motivo da decisão.

“A solicitação da solicitação de retirada foi no sentido que a CPI seja mais abrangente. Que não consiga apenas alcançar sua dor, mas que ela consiga alcançar as dores de dezenas de pessoas que tem passado o mesmo sofrimento que você tem passado quando perde seus entes queridos em todas as rodovias do estado do Amazonas”, declarou ele.

Veja:


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Relembre o caso

Giovana, que tinha 29 anos, faleceu em um acidente de trânsito na Avenida Djalma Batista, em Manaus, na noite de domingo (22/6). A biomédica foi arremessada da moto em que viajava quando o veículo passou por cima de um buraco na via. O bebê que ela esperava não resistiu e também veio a óbito.

Giovana estava grávida de 7 meses. Segundo a família, o bebê que ela esperava era uma menina, e já tinha nome escolhido: Maria Carolina.

O condutor da moto era João, marido de Giovana. Após o acidente, ele foi socorrido e levado ao Hospital 28 de Agosto, segundo informou a polícia.

Quem era Giovana, vítima do acidente?

A jovem atuava como biomédica especializada na área de estética, e trabalhava em uma clínica especializada localizada no bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul da capital. Ela realizava procedimentos de harmonização facial.

A biomédica Giovana Ribeiro da Silva (Foto: Reprodução/Rede Social).

Em um perfil profissional de uma rede social da biomédica, a família publicou, nas primeiras horas desta segunda-feira (23/06), uma nota de falecimento e pediu a Deus consolo para parentes e amigos. A nota diz:

“Giovana partiu deixando uma marca de amor, doçura e esperança na vida de todos que tiveram o privilégio de conhecê-la. Sua luz continuará viva nas lembranças que compartilhamos e no amor que ela irradiava. Maria, que estava prestes a chegar ao mundo, leva consigo o sonho de um futuro cheio de ternura”.