
Hugo Motta nega acordo com oposição para pautar anistia: “Inegociável”

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (7/8) que não houve qualquer tipo de negociação entre a presidência da Casa e parlamentares da oposição para que o plenário fosse desocupado.
Em entrevista coletiva, Motta declarou que a função que exerce é “inegociável” e sinalizou que medidas disciplinares serão adotadas ainda hoje contra os deputados que participaram da obstrução dos trabalhos legislativos.
“A presidência da Câmara é inegociável. Quero que isso fique bem claro. As matérias que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência para que os trabalhos fossem retomados não estão vinculadas a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém”, afirmou Hugo Motta.
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— Rede Onda Digital (@redeondadigital) August 7, 2025
A oposição ocupou o plenário na última terça-feira (5) como forma de protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, os parlamentares pressionam pela votação de dois projetos: a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e o fim do foro privilegiado. Segundo oposicionistas, Hugo Motta teria concordado em pautar essas matérias, o que foi negado por ele.
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“Providências serão tomadas até o final do dia de hoje”, afirmou Motta, ao ser questionado sobre a possibilidade de afastar deputados envolvidos na ocupação.
Segundo apuração da CNN, a Mesa Diretora da Câmara já elaborou um ato que prevê punições, com suspensões de até seis meses, para os parlamentares que atrapalharam as sessões.

Oposição ocupa plenário da Câmara
Na noite de quarta-feira (6), após mais de 24 horas de obstrução e intensas negociações que envolveram o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), Hugo Motta conseguiu retomar os trabalhos no plenário. Apesar da reabertura dos trabalhos, não houve votações. Em seu pronunciamento, Motta destacou a importância do diálogo e do respeito às normas regimentais da Casa.
“Penso que, mais uma vez, o diálogo prevaleceu. Nós tivemos a capacidade de conversar o dia todo com todas as lideranças, de poder demonstrar que não abriríamos mão de reabrir os trabalhos ontem conforme o nosso Regimento prevê, respeitando a Constituição, o direito ao contraditório e todas as lideranças partidárias”, afirmou.