Dia do Comércio: “Quem gera emprego não tem bandeira política”, diz Wilker Barreto, presidente Comissão de Indústria, Comércio e Zona Franca na Aleam

O deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) é presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Zona Franca da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).

Para o Dia do Comércio, celebrado nesta quarta-feira (16/7), o parlamentar conversou a jornalista Ana Flávia Oliveira, da Rede Onda Digital. Entre os assuntos, estão as ações da Comissão, diálogo com a SUFRAMA, discussão sobre a BR-319, expansão da área da Zona Franca e criação de linhas de crédito para empresas; importância de investir em infraestrutura turística além de críticas ao desvio de recursos de fundos específicos, propondo que a Zona Franca impulsione o desenvolvimento do interior.

Leia à íntegra a entrevista com Wilker Barreto

Rede Onda Digital – Quais são os maiores desafios enfrentados, atualmente, pelos comerciantes locais, especialmente os pequenos e médios empreendedores?

Wilker Barreto – Olha, eu entendo o seguinte, que o papel do Estado e da Prefeitura precisam ser facilitadores hoje abrir um negócio em Manaus é um martírio. Você tem dificuldade de abrir, dificuldade de empreender, o Poder Público precisa ser um facilitador, sempre bati nessa tecla. Quando um pequeno, um micro empreendedor adentrar em qualquer repartição pública, tem que ser estendido no tapete vermelho, porque é dali que vem receita, é dali que vem o ICMS, é dali que vem o ISS, é dali que vem o faturamento. Então, o Poder Público Municipal e Estadual precisa se comunicar, trabalhar juntos, independente se os governos são de lados opostos, mas a atividade econômica não tem bandeira, quem gera emprego não tem bandeira política, então, você ser um poder público facilitador, você estar desta forma gerando riqueza, combatendo miséria e trazendo prosperidade.

Rede Onda Digital – A Comissão presidida pelo senhor tem acompanhado o impacto da alta carga tributária e da informalidade sobre o comércio local? Que medidas têm sido discutidas ou sugeridas nesse sentido?

Wilker Barreto – Olha, Comissão de Indústria e Comércio está aberta em Zona Franca a qualquer micro, pequena, entidades representativas que queiram participar aqui junto com conosco. Então, nós estamos construindo esse canal de abertura, nós estamos dialogando com a Suframa, estamos abrindo discussões importantes sobre a questão da BR-319, estamos pavimentando essa questão da discussão, da ampliação da área de expansão imobiliária do modelo Zona Franca de Manaus.

Então, estamos trabalhando com indicativos que a Afeam melhore as linhas de crédito voltadas a pequena, micro e média empresa, e outra coisa também, quem pauta também o Parlamento é a sociedade, é importante a participação dos segmentos. Estamos também levando pela Comissão a proposta de cursos de qualificação junto das zonas comerciais, é a forma da Comissão, juntamente com a Aleam, de melhorar o atendimento, tornar mais dinâmico, é impossível você ter o pequeno, médio comércio do negócio, sem ser familiar com o ambiente de internet, as vendas digitais. A comissão trabalha nesse sentido e eu acredito que a gente vai com certeza assim fazer um segundo semestre bem produtivo.

Saiba mais: 

Coronel Menezes confirma articulação com o partido Republicanos em Brasília

FGV conduzirá concurso público da Aleam e edital será publicado ainda este mês, anuncia Roberto Cidade

Rede Onda Digital – O senhor acredita que a Zona Franca de Manaus pode ser ainda mais integrada ao comércio varejista da capital e do interior? Há propostas nesse sentido?

Wilker Barreto – Com certeza, e principalmente se fundos criados para isso fossem na prática implementados. Por exemplo, o turismo tem uma grande vocação Amazonas. Nós temos o FTI, que é para infraestrutura e turismo, que não vai nem um centavo para o interior. E isso deixa de incentivar uma atividade, um vetor econômico importante. Imagina se nós tivéssemos todo ano uns dois bilhões de reais indo para os municípios, caminhando na direção da infraestrutura e da capacidade turística.

Nós teríamos, com certeza, porque para fazer turismo você tem que ter aparelho turístico, você tem que ter pontos turísticos. Imagina hoje, Presidente Figueiredo com mais recurso para melhorar a infraestrutura das cachoeiras, melhorar a pavimentação, melhorar a infraestrutura. Então a zona franca precisa ir na direção do interior, mas levando riquezas, e isso com certeza está sendo tirado porque fundos específicos estão sendo, literalmente, desviados as suas finalidades, e a gente vem denunciando isso ao longo desse tempo para que isso volte a ser o novo normal, porque o novo normal hoje é o desvio de finalidade.

Rede Onda Digital – O senhor tem dialogado com entidades como a Fecomércio-AM, CDL e ACA? Quais têm sido os principais pontos trazidos por essas instituições?

Wilker Barreto – Eu acho que o diálogo da Assembleia, a casa maior do Parlamento do Amazonas, é que as legislações que aqui são aprimoradas, feitas, precisam estar em consonância com a atividade econômica. Muitas das vezes o legislador acha que está fazendo uma boa coisa e está prejudicando uma atividade econômica. A Comissão de Indústria e Comércio está à disposição das entidades representativas para que a gente possa juntos construir, por exemplo, uma pauta que nós estamos levantando, que é a questão hoje, que é uma coisa que é importante, que nós criamos uma lei agora que é trazer para dentro do Estado o ESG, que as empresas que prestam serviço sejam empresas que tenham compliance, que tenham responsabilidade social, que tenham responsabilidade ambiental, porque o Estado é o maior demandador de serviços.

SEM RESPOSTA

A equipe de reportagem da Rede Onda Digital não recebeu as respostas do vereador Rodrigo de Sá (PP), presidente da Comissão de Indústria, Comércio, Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, da Câmara Municipal de Manaus (CMM), para falar sobre os trabalhos à frente da comissão. Por meio de assessoria, não houve mais tratativas.