
“Vou ser preso por quê?”, indaga Bolsonaro em entrevista

Alvo de investigações e de um pedido de condenação pela Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (15/7), que não considera pedir asilo político, mesmo diante do cerco jurídico que o envolve.
“Vou ser preso por quê? Por destruir o relógio de Brasília? Eu estava nos Estados Unidos. Isso é um crime impossível”, declarou.
A declaração foi dada à CNN Brasil e veio no momento em que o Supremo Tribunal Federal analisa as alegações finais contra o chamado “núcleo duro” de uma suposta tentativa de golpe de Estado. A Procuradoria-Geral da República, comandada por Paulo Gonet, pediu ao ministro Alexandre de Moraes a condenação de Bolsonaro e de outros sete nomes considerados peças-chave no esquema.
Entre os acusados estão ex-ministros de confiança do ex-presidente, como Augusto Heleno, Anderson Torres, Braga Netto, Ramagem, Paulo Sérgio Nogueira, além do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. Para Gonet, todos atuaram de forma coordenada com o objetivo de romper a ordem democrática.
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Mesmo diante do avanço do processo, Bolsonaro se posicionou em tom desafiador: “Não vou fugir. Não cometi crime algum. Como o presidente Trump costuma dizer: isso é uma caça às bruxas. Vamos ver até onde eles estão dispostos a ir”.
Durante a mesma entrevista, o ex-presidente também criticou a atual política externa brasileira, atacando diretamente o bloco do Brics, hoje composto por países como China, Rússia, Índia, África do Sul e Brasil.
“O Brasil se afastou dos valores americanos, está ao lado de ditaduras e de terroristas. O Brics agora virou uma reuniãozinha de pequenos ditadores. Tem criminosos de guerra do mundo todo”, acusou.