
Onze produtos “made in Amazonas” ficam livres do tarifaço de Trump

O anexo 1 da ordem executiva editada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impondo um tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras, livrou ao menos 11 produtos da pauta de exportação do Amazonas.
Conforme a lista de 700 produtos que constam deste anexo, foram liberados do tarifaço produtos de mineração, alimentícios e alguns do Polo Industrial de Manaus (PIM), que, no entanto, sofrerá com as tarifas impostas as motocicletas de alta cilindrada.
Veja a lista:
- Castanha do Brasil com casca, fresa ou seca;
- Minérios de estanho e concentrados;
- Oxidos de estanho;
- Madeiras tropicais, serrada ou lascada longitudinalmente;
- Resíduos e sucatas de estanho;
- Máquinas de ar condicionado do tipo janela ou parede e split;
- Baterias de íons de lítio (usadas em sistemas de energia solar);
- Fornos de micro-ondas;
- Smartphones;
- Conjuntos de telas planas para TV e outros usos;
- Painéis de LED e LCD
Conforme dados da Câmara de Comércio Exterior, estes produtos têm impacto pequeno na economia amazonense, uma vez que as exportações são responsáveis por menos de 5% da economia amazonense, cuja produção essencialmente abastece o mercado interno.
Um exemplo deste pequeno impacto está a produção de smartphones, cujos produzidos em Manaus praticamente são consumidos no mercado brasileiro ou do Mercosul, sendo as exportações para os EUA praticamente inexistentes.
Já as exportações de madeiras, a partir do polo madeireiro de Itacoatiara; e estanho, das minas de Pitinga, no município de Presidente Figueiredo, ambos na Região Metropolitana de Manaus, são feitas essencialmente para os EUA e ficariam inviabilizadas com a tarifa extra de 50%.
Para ter ideia deste impacto, as exportações de ferro-ligas de Presidente Figueiredo, grande parte para os EUA, renderam US$ 6,19 milhões em junho de 2025. Já as exportações de madeira só em junho deste ano renderam US$ 617 mil em junho 2025 para Itacoatiara.
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Tarifaço atinge Polo de Duas Rodas
Um dado curioso do tarifaço imposto por Donald Trump a produtos “Made in Manaus” é que ele atinge um ícone da cultura norte-americana, as motocicletas Harley-Davidson, cuja produção no Polo Industrial de Manaus é feita essencialmente para o mercado norte-americano.
A unidade da Harley-Davidson em Manaus produz modelos de alta cilindrada e hoje é uma das principais fábricas fora dos Estados Unidos.
Outro setor que será impactado pelo tarifaço é o de exportação de peixes, cujo principal polo está no município de Iranduba, também na Região Metropolitana de Manaus, cujas exportações para os EUA chega a quase 30% da produção. Este setor foi responsável por um faturamento de US$ 2,1 milhões no ano passado.