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Erika Hilton reage à morte de adolescente em Manaus e cobra ação do Congresso

Erika Hilton reage à morte de adolescente em Manaus e cobra ação do Congresso

Arquipo Goes
Por Arquipo Goes | 09 de julho de 2025

Em discurso contundente na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9/7), a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se manifestou sobre o assassinato do adolescente Fernando Vilaça, de 17 anos, brutalmente espancado até a morte em Manaus. Segundo a parlamentar, o crime, ocorrido após o jovem ser chamado de “viadinho”, escancara a homofobia estrutural e o descaso do Estado diante da violência sofrida diariamente por pessoas LGBTQIA+ no Brasil.

“Fernando foi morto por questionar por que o tratavam com escárnio. Ele foi espancado até a morte por simplesmente existir. Um jovem alegre, que cuidava da irmã, teve a vida arrancada pelo ódio”, afirmou Erika, em tom de revolta.

A deputada destacou que o luto não é apenas da família do adolescente, mas de toda uma comunidade.

“Chora a mãe, chora a irmã, mas chora também uma população inteira que vê seus direitos sendo negados e suas vidas sendo apagadas diante da omissão do poder público”, disse.

Veja o vídeo:

Críticas à omissão do Congresso

Durante o pronunciamento, Erika Hilton criticou a inércia do Parlamento diante da escalada de crimes de ódio.

“Este Congresso se cala enquanto nossa comunidade é assassinada. Pior do que o silêncio, é ver parlamentares que promovem discursos de ódio contra pessoas trans e LGBTQIA+ nesta mesma tribuna”, pontuou.


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Ela lembrou ainda outros casos recentes, como o assassinato de Tandara dos Santos, e afirmou que não permitirá que o caso de Fernando caia no esquecimento.

“Vamos gritar o nome dele. Vamos lutar por justiça, por dignidade e por políticas públicas que garantam o direito de viver sem medo”, declarou.

Pedido de justiça e ação do Ministério

A parlamentar informou que solicitou ao Ministério dos Direitos Humanos que acompanhe de perto o caso e cobrou celeridade na investigação.

“A morte de Fernando não pode ser mais um número. Os responsáveis devem ser punidos, e o Estado precisa dizer com firmeza que nossas vidas importam”, exigiu.

“Não é mais súplica, é exigência”

Encerrando sua fala, Erika Hilton deixou um recado direto e contundente: “O ‘parem de nos matar’ não pode mais ser um pedido. É um grito de urgência. A vida de Fernando não era descartável. Isso precisa mudar.”

O crime segue em investigação, enquanto cresce a mobilização por justiça e o apelo por medidas efetivas no combate à violência contra a população LGBTQIA+ no Brasil.