
Após Hissa criticar privilégios no governo Lula, embate com Marcelo Ramos esquenta ao vivo

Durante a exibição do programa Tribuna Livre, da Rede Onda Digital, na tarde desta quinta-feira (24/7), o deputado federal licenciado Marcelo Ramos (PT) protagonizou um embate acalorado com o ex-deputado federal e apresentador da atração, Hissa Abrahão. O confronto teve início após críticas de Hissa aos privilégios mantidos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Hissa questionou a atuação do PT ao longo dos anos em que esteve no comando do país — segundo ele, somando 16 anos desde a redemocratização — e criticou o aumento do IOF, a falta de cortes de gastos públicos e os privilégios mantidos, citando como exemplo as viagens internacionais da primeira-dama, Janja da Silva.
“De 89, a eleição do Collor foi, né? De 89 até 2025. Nesse período todo, vai dar 16 anos de PT. Vamos colocar aí quase 75% do tempo da redemocratização com o PT no poder. E agora, bacana, vai injetar política econômica na veia, isentando o imposto de renda até R$ 5 mil, deixando para o último ano do governo, mas aumentando o IOF e não cortando os gastos, os privilégios, as viagens da Janja”, criticou Hissa.
Em resposta, Marcelo Ramos repreendeu a abordagem do apresentador, afirmando que o problema fiscal do país vai muito além dos deslocamentos da primeira-dama. Ele ainda mencionou o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), sugerindo que esse tipo de argumento seria esperado dele — mas não de Hissa, a quem classificou como alguém conhecedor da economia.
“Se eu estivesse conversando aqui com o Alberto Neto, eu até entenderia ele usar as viagens da Janja como exemplo. Mas você é um cara culto, economista, conhecedor da economia. Você sabe que o problema do déficit público do país não é a viagem da Janja”, retrucou Ramos.
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Hissa rebateu, reforçando que autoridades públicas devem dar exemplo à população.
“São exemplos. As autoridades precisam dar exemplo. O Lula tinha que dar exemplo. Não é porque alguém roubou aqui que pode dizer: ‘Ah, então pode roubar ali porque o presidente também rouba’”, falou.
Na sequência, Marcelo Ramos defendeu maior responsabilidade fiscal e sugeriu que bancos e instituições financeiras também assumam postura mais comprometida com a sociedade.
“Não é a viagem da Janja. A gente lidera pelo exemplo. Eu acho que as pessoas têm que praticar austeridade. Por que eles [os bancos] não dão exemplo? Sentando com o governo e negociando desconto e abatimento no 1,6 trilhão que eles vão resolver… O governo não é meu porque eu não sou presidente. O governo não é do PT. Você está falando com alguém que cobra que o governo corte em projetos sociais. Você falou de 16 anos de PT, corte de gastos, corte de privilégios, corte de emendas. O governo é a favor. Corte de emendas são R$ 40 milhões”, pontuou Ramos.
Hissa, por sua vez, seguiu com as críticas e apontou incoerência no discurso petista ao comparar práticas do atual governo com as da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), especialmente, em relação às emendas parlamentares.
“Aí tem as emendas de comissão que chegam a R$ 100 milhões por ano. R$ 57 milhões só de impositivas. Bolsonaro foi tão criticado pela emenda secreta, pela emenda de relator. Agora, emenda de comissão? O Lula está repetindo a mesma prática. Qual é a moral do Lula para querer criticar o Bolsonaro?”, questionou Hissa.
Confira o embate: