
TV 3.0: a revolução que vai impactar audiência e produtores do Polo Industrial de Manaus

O Ministério das Comunicações anunciou que vai investir R$ 23,6 bilhões até 2026 para garantir a implantação no Brasil, até a Copa do Mundo de futebol do ano que vem, do sistema de TV 3.0, tecnologia que vai modificar completamente a forma como o brasileiro assiste televisão e como as indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM) produzem o aparelho.
Para os fabricantes, que estão concentrados no PIM, a nova tecnologia representará uma oportunidade de incrementar os produtos, mas também trará um desafio técnico e logísticos, além de trazer de volta o negócio de aparelhos conversores que serão usados para adaptar as atuais TVs que usam a tecnologia digital 2.0.
De acordo com o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, o sistema está sendo testado em cidades do interior de São Paulo, mas uma emissora de Manaus está pleiteando junto ao Ministério das Comunicações o direito também de participar dos testes.
“A nossa indústria está pronta para a produção dos novos produtos adaptados ao novo sistema, não acredito que haverá grandes modificações neste negócio. Em resumo, a TV 3.0 será um streaming. A TV aberta foi engolida pelo streaming, e agora vai se transformar num streaming”, afirma.
Um executivo do setor acrescenta que a indústria local só espera o sinal verde do Ministério das Comunicações para acionar o setor de Pesquisa e Desenvolvimento para iniciar a concepção dos novos produtos. Ele também acrescenta que a indústria amazonense já passou por este tipo de mudança antes, quando saiu de cena o sistema analógico e entrou o sistema digital 2.0, tudo concluído, segundo ele, com muito sucesso e sem deixar o consumidor na mão.
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Mas o que vai ser a TV 3.0?
Resumidamente, a TV 3.0 será a nova geração da televisão digital aberta e trará melhorias na qualidade de imagem e som, com grandes opções de interatividade e personalização.
No que diz respeito a imagem, ela terá transmissões em 4k, com expansividade para 8k até 2030, garantindo imagens mais nítidas, detalhadas e realistas. Cores e movimentos serão muito mais próximos da realidade.
O som usará tecnologias de “áudio imersivo”, semelhante ao de cinema, com a propagação espalhada em várias direções. Isso dará ao telespectador a impressão de estar dentro da cena de um filme, por exemplo.
Outra característica da TV 3.0 será a transmissão híbrida, com o sinal da tv aberta vindo por satélite convivendo com um sinal de internet de banda larga. Ao mesmo tempo que você assiste um filme, pode ter acesso pela internet a conteúdos extras, como cenas excluídas/incluídas pelo diretor e informações sobre os autores e atores.
A grande promessa, contudo, será a interatividade avançada, com o público podendo responder enquetes ao vivo e comprar produtos mostrados na tela, além de mudar câmeras em um evento esportivo (o público será o próprio diretor de imagem). Tudo em tempo real.
A 3.0 será também mais acessível para pessoas com deficiência, trazendo legendas, audiodescrição e janelas de Libras, tudo com qualidade e integração e personalização definida pelo telespectador.