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“A acusação foi desmontada por completo”, diz Flávio Bolsonaro sobre interrogatório do pai no STF

“A acusação foi desmontada por completo”, diz Flávio Bolsonaro sobre interrogatório do pai no STF

Otávio Vislley
Por Otávio Vislley | 11 de junho de 2025

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a se manifestar contra a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de tentativa de golpe de Estado. Em entrevista à CNN Brasil, o parlamentar classificou a acusação como uma “tese lunática” e afirmou que a narrativa construída pelo Ministério Público é um “delírio completo”.

A declaração foi dada um dia após o ex-presidente prestar depoimento à Polícia Federal (PF), na última terça-feira (10/6), como parte da investigação que apura uma suposta tentativa de subversão da ordem democrática. Para Flávio Bolsonaro, o interrogatório desmontou por completo a acusação da PGR.

“A tese lunática da PGR é a de que o golpe começou em 2021, em uma live do então presidente. E terminou com os atos do 8/1. A acusação foi desmontada por completo [durante o interrogatório de Bolsonaro]”, declarou o senador.

Segundo Flávio Bolsonaro, se houver um julgamento justo e imparcial, o ex-presidente já estaria absolvido. O senador foi mais longe e sugeriu que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, deveria arquivar imediatamente o processo.

“Se for um julgamento justo e imparcial, Bolsonaro terminou o dia de ontem absolvido”, afirmou Flávio Bolsonaro.

O senador Flávio Bolsonaro. (Foto: reprodução)

“Após as oitivas, se eu fosse o Paulo Gonet, arquivava tudo de uma vez hoje e pedia desculpas ao Bolsonaro”, comentou.

Defesa do direito à crítica ao sistema eleitoral

Segundo o senador, o ex-presidente apenas exerceu seu direito democrático de criticar o sistema eleitoral. Flávio defendeu que Jair Bolsonaro embasou suas críticas em análises técnicas feitas por peritos criminais, e não com o intuito de deslegitimar o processo eleitoral ou criar um ambiente propício a um golpe.

“O que é bem diferente de tentar desacreditar a Justiça Eleitoral para criar um ambiente de golpe”, pontuou Flávio Bolsonaro.

Flávio Bolsonaro
(Foto: reprodução/ Agência Senado)

Minuta do golpe

Um dos principais pontos da denúncia da PGR envolve a chamada “minuta do golpe”, que teria sido elaborada por aliados do ex-presidente como parte de um plano para reverter o resultado das eleições de 2022.

Flávio Bolsonaro, no entanto, minimizou a existência do documento e afirmou que nenhum dos réus confirmou ter tido acesso ao texto.

Ele utilizou uma metáfora para ilustrar a situação:

“O tal rascunho de minuta de golpe parece aquela música do Zeca Pagodinho sobre o caviar: ‘Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar’.”

O senador também destacou que, mesmo com todas as suspeitas levantadas, a transição de governo entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) transcorreu dentro da “total normalidade”, o que para ele descredencia qualquer tentativa de associar seu pai aos atos de vandalismo ocorridos em 8 de janeiro de 2023, já sob o novo governo.


Saiba mais:


Julgamento no STF sobre tentativa de golpe

1ª Turma do STF iniciou na segunda-feira (9/6), uma série de interrogatórios com os réus investigados por suposta organização criminosa responsável por planejar e executar atos antidemocráticos com o objetivo de impedir a posse de Lula, eleito democraticamente no pleito de 2022.

Jair Bolsonaro - STF
(Foto: Rosinei Coutinho/STF)

Entre os investigados estão nomes de peso do núcleo militar e político do governo Bolsonaro, incluindo:

  • Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal;

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;

  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

*Com informações de CNN