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Deputada amazonense denuncia preconceito contra mulheres em prova da FGV do Rio de Janeiro

Deputada amazonense denuncia preconceito contra mulheres em prova da FGV do Rio de Janeiro

Ana Flávia Oliveira
Por Ana Flávia Oliveira | 16 de outubro de 2024

Em sessão plenária nesta quarta-feira, (16/10), a deputada estadual Alessandra Campelo (Podemos) trouxe duas questões misóginas (aversão contra mulheres e meninas, por serem do sexo feminino) que foram aplicadas em uma prova da Fundação Getúlio Vargas (FGV). As perguntas e respostas em si, refletem uma visão deturpada das mulheres.

A avaliação foi realizada neste ano, no Rio de Janeiro, em um concurso público pela Prefeitura Municipal de Macaé.

O tema de Língua Portuguesa trouxe a seguinte pergunta: Assinale a frase que não contém uma crítica ao fato de a mulher falar demais.

As opções de resposta foram:

  • (A) Há mulheres que quando mentem, dizem a verdade;
  • (B) A língua é a última coisa que morre em uma mulher;
  • (C) Há mil invenções para fazer as mulheres falarem, e nenhuma só para as fazer calar;
  • (D) A língua da mulher não cala nem depois de cortada;
  • (E) Gosto de mulheres jovens: suas histórias são menores.

Até na resposta que seria a certa, tem o preconceito, o machismo e uma misoginia, o etarismo.”, disse a parlamentar.

Em outro momento, Alessandra chega a mostrar outra questão também da mesma prova, que segundo ela, demostra outro episódio preconceituoso. Também para assinar a opção correta, o texto sugere uma comparação a qual deveria ser explicada. Porém, dentre as opções citadas, três delas citam novamente uma interiorização da mulher.

A deputada destacou-as opções de resposta:

  • (C) As mulheres são como robôs: têm no cérebro uma cédula de menos e, no coração, uma cédula a mais;
  • (D) A mulher é como um defeito da natureza;
  • (E) A traição é uma arte e deve ser cometida como um crime prefeito.

Após fazer a leitura dessas frases, Campelo dispara:

“Bem, essas frases foram elaboradas pela equipe renomada de doutores e pós- doutores da Fundação Getúlio Vargas, uma instituição que tem renome nacional e internacional, em uma prova de um concurso público e é um absurdo que no ano de 2024 a gente encontre isso”.

Assista o momento:


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A parlamentar chega a declarar são essas formas de “expressão” que intensificam e aumentam ainda mais o preconceito contra as mulheres. Mesmo sendo em outra cidade, isso representa o aumento de agressões, mortes e crimes contra as mulheres.

“Além de ser anuladas as questões, espero que o Ministério Público tome providências contra a FGV. E ainda digo, qualquer concurso que tiver aqui (Manaus) da FGV, eu sou contra!”, declarou a parlamentar.