Rede Onda Digital
Ouça a Rádio 92,3Assista a TV 8.2
Amazonas pode perder R$ 1,1 bilhão com aumento de tarifas dos EUA, diz relatório da CNI

Amazonas pode perder R$ 1,1 bilhão com aumento de tarifas dos EUA, diz relatório da CNI

Ivanildo Pereira
Por Ivanildo Pereira | 30 de julho de 2025

Os estados podem perder mais de R$ 19 bilhões no PIB (Produto Interno Bruto) se a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelos Estados Unidos entrar em vigor na sexta-feira, 1º de agosto, conforme estudo divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgado nesta quarta (30/7).

Estados com forte dependência das exportações para o mercado norte-americano são os mais afetados. Segundo o estudo da CNI, com base em dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), os três estados mais atingidos deverão ser Ceará, Espírito Santo e Paraíba, mais até do que São Paulo.

O Amazonas também deverá ser bastante afetado, de acordo com o estudo: o estado pode ter uma retração de R$ 1,1 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB), o sexto maior prejuízo entre todas as unidades da federação.

O impacto está diretamente relacionado à dependência das exportações do Polo Industrial de Manaus para o mercado americano. Em 2024, os Estados Unidos responderam por uma parcela significativa das vendas externas do estado.

Entre os principais produtos vendidos do AM para os EUA estão:

  • Equipamentos de transporte (US$ 28 milhões)
  • Derivados de petróleo e biocombustíveis (US$ 25 milhões)
  • Máquinas e equipamentos (US$ 24,4 milhões)

Leia mais:

Do agro à indústria: empresas brasileiras têm contratos suspensos com os EUA, às vésperas das tarifas

Nos EUA, Eduardo Bolsonaro diz estar atuando para dificultar diálogo dos senadores que tentam reverter tarifaço


Apesar de o Amazonas não estar entre os estados com maior volume de exportações, a concentração das vendas em produtos industriais torna o impacto mais sensível. A CNI alerta que o tarifaço pode comprometer a competitividade da indústria local e afetar empregos e arrecadação.

A CNI classifica o aumento tarifário como “injustificável” e alerta que a medida compromete a competitividade de setores estratégicos, como metalurgia, alimentos, couro e calçados. A entidade voltou a defender o diálogo com o governo americano e políticas internas para diversificação de mercados e estímulo à produção nacional.

*Com informações de CNI, UOL e G1