Rede Onda Digital
Ouça a Rádio 92,3Assista a TV 8.2
Dia mundial do Rock: confira os melhores discos para ouvir neste dia de celebração

Dia mundial do Rock: confira os melhores discos para ouvir neste dia de celebração

Phill Vasconcelos
Por Phill Vasconcelos | 13 de julho de 2025

No dia 13 de julho de 1985 acontecia o Live Aid, um megaevento que reuniu os artistas mais importantes do rock em prol de arrecadar dinheiro para acabar com a fome na Etiópia. Com transmissão ao vivo na BCC, o evento contou com a participação de nomes como U2, David Bowie, Elton John, Paul McCartney, The Who e o Queen, que fez uma apresentação histórica.

Devido ao sucesso o evento, o dia 13 de julho passou a ser considerado mundialmente como Dia Mundial do Rock. Curiosamente, apesar do “mundial”, o Brasil é o único país que realmente reconhece e comemora a data, com direito a grandes eventos em bares de rock em todo o país, inclusive no Amazonas. Porém, nem mesmo no Estados Unidos, local onde o Live Aid ocorreu, esse dia é celebrado.

Pensando na celebração desta data de grande importância para os amantes do rock’n roll, a Onda Digital separou uma relação com 20 discos essenciais, separados entre o rock nacional e internacional. Uma seleção perfeita para quem está conhecendo o gênero agora e não sabe por onde começar. 

Os Secos e Molhados (1973)

(Foto:: divulgação)

A banda formada pelo trio João Ricardo, Gérson Conrad e Ney Matogrosso quebrou padrões e trouxe a transgressão em forma de música. O primeiro disco do grupo, lançado em 1973, transformou em música as poesias escritas por João Ricardo, líder do grupo.

Com letras profundas, algumas críticas veladas a ditadura e misturando a MPB com folk music e rock, os Secos e Molhados foram a primeira grande sensação do rock brasileiro. As maquiagens e as performances exóticas do grupo, em especial de Ney Matogrosso, também levaram a banda ao sucesso instantâneo, ainda que a banda tem tido uma duração muito curta.

Paranoid (1970) – Black Sabbath

(Foto: divulgação)

Ao misturar o blues com notas mais pesadas, batidas secas e temas obscuros, o Black Sabbath criou o gênero que conhecemos hoje como heavy metal. A banda britânica formada por Ozzy Osbourne, Tommy Iommy, Geezer Buttler e Bill Ward deu origem a uma cena inteira que seria responsável por centenas de bandas de rock posteriores.

O seu segundo disco, Paranoid, lançado em 1970, reafirmou o Sabbath como uma das maiores bandas de sua geração. Clássicos como Iron Maiden, War Pigs e Paranoid estão entre os maiores hits da banda, que se despediu oficialmente dos palcos esse ano.

Revoluções por Minuto (1985) – RPM

(Foto: divulgação)

Outra banda considerada um fenômeno do rock nacional foi o RPM. Formada por Paulo Ricardo, Luis Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo Pagni, o grupo apostou na mescla entre a new wave britânica e o peso do punk rock, criando uma sonoridade que era, ao mesmo tempo, pesada e dançante. O grupo também foi responsável por músicas consideradas transgressoras, como Rádio Pirata, Loiras Geladas e Olhar 43, todas presentes do disco Revoluções Por Minuto, lançado em 1985.

Apesar do sucesso absoluto, o RPM foi outra banda que teve o fim precoce após o sucesso do primeiro disco. Embora, nos anos seguintes, o grupo tenha tentado retornar, nunca mais obtiveram o mesmo sucesso que houve com o “Revoluções Por Minuto”. Atualmente, somente Paulo Ricardo e Fernando Deluqui, membros da formação original, estão vivos.

Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band (1967) – The Beatles

(Foto: divulgação)

É difícil apontar um único disco de sucesso dos Beatles. Mas, provavelmente, Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band, lançado em 1967, está entre os mais populares do grupo. O álbum é uma experimentação sonora do grupo, que seguiu o conceito de uma banda militar imaginária, justamente a que dá nome ao disco.

Em Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band, os Beatles experimentaram todo tipo de sonoridade. A ideia seria passar ao fã a sensação de uma viagem psicodélica, como fica bem imprimido na canção Lucy In Sky With Diamonds, que seria uma referência a droga LSD. Além da sonoridade a frente de seu tempo, Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band também ficou marcado pela sua capa, repleta de referências e personalidades históricas, que ilustram o conceito psicodélico do disco.

Cabeça Dinossauro (1986) – Titãs

(Foto: divulgação)

O álbum “Cabeça Dinossauro” da banda paulista Titãs foi o tudo ou nada do grupo. Após dois discos com baixa vendo, o grupo de rock formado por nada menos que oito pessoas, estava a ponto de ser demitidos da sua gravadora, a menos que lançassem um disco que vendesse. Deixando de lado o “rock de auditório” de Sonifera Ilha, os Titãs apostaram em um som mais cru e pesado.

O resultado foi um disco ácido, que tinha no seu conceito o ataque as instituições governamentais e tradicionais. Com músicas como Polícia, Igreja, Homem Primata e AAUU, o disco foi muito importante para a transição que o Brasil vivia, entra a ditadura militar e a futura nova constituição. Mesmo com a queda da censura, o governo, que ainda era militar, tentou censurar a faixa “Bichos Escrotos” de tocar nas rádios. Cabeça Dinossauro se tornou um dos discos de rock mais importantes da história da música brasileira, graças a suas críticas sociais que seguem relevantes até os dias de hoje.

Nevermind (1991) – Nirvana

(foto: divulgação)

Considerada a banda que liderou o movimento grunge que nascia em Seattle, Estados Unidos, o Nirvana teve um sucesso meteórico a partir do seu segundo álbum. Nevermind, de 1991 era simples, porém visceral. Indo contra as músicas mais bem elaboradas do metal e do hard rock oitentista, o Nirvana era mais cru, com poucos acordes, muito peso e um vocal rasgado e marcante de Kurt Cobain.

Nevermind conseguiu emplacar vários sucessos na rádio; Smell Like Teen Spirit, Polly, In Bloom e Comes as you are são considerados hinos do gênero. Infelizmente, o Nirvana teve uma carreira curta devida a morte de Kurt Cobain, em 1994, que se matou, deixando uma carta afirmando que a fama o fazia mal;. Até hoje os fãs acreditam que o líder do Nirvana pode ter sido assassinado.

Dois (1986) – Legião Urbana 

(Foto: divulgação)

Indo contra a corrente de diversas bandas da década de 80, com sonoridade mais pesada e ácida, a Legião Urbana seguiu uma sonoridade mais acústica em Dois, segundo disco da banda, e considerado um dos favoritos dos fãs. Com arranjos onde a melodia prevalece, a Legião lançou alguns de seus maiores sucessos nesse álbum, entre eles Tempo Perdido, Índios e Eduardo e Mônica.


Leia mais

Sentado em um trono negro, Ozzy Osbourne faz show de despedida junto com o Black Sabbath e emociona os fãs

Baterista do Pearl Jam, Matt Cameron, deixa a banda após 27 anos


Dois fez a Legião fazer uma extensa turnê por todo Brasil, uma longa exposição na mídia e o reconhecimento de Renato Russo como um dos maiores compositores de sua geração. Apesar do grande sucesso, o disco também seria responsável por um bloqueio de criatividade da banda e até a sua quase dissolução prematura.

The Number of the Beast (1982) – Iron Maiden

(Foto: divulgação)

Se o Black Sabbath foram os pais do heavy metal, o Iron Maiden foi um dos responsáveis por remodelar o gênero para o que conhecemos hoje. O terceiro disco do grupo liderado por Steve Harris marca a estreia do vocalista Bruce Dickinson, que substituiu Paul Dianno após dois álbuns de boa repercussão. Dickinson, ao contrário de seu antecessor, tinha uma voz mais potente, aguda e melódica.

The Number of the Beast foi o disco que fez a banda se tornar mundialmente conhecida, muito por conta da voz de Dickinson, que permitiu o Iron Maiden evoluir sonoramente em suas composições. Devido ao seu título (O número da besta) o disco fez o Maiden ser acusado de ser uma banda “satânica”, algo que, óbviamente, contribuiu muito para o marketing e tornar o Maiden mais popular entre os jovens fãs da época. 

Transpiração Continua Prolongada (1997) – Charlie Brown Jr

(Foto: divulgação)

Considerada a última grande banda de maior influência do rock brasileiro, os santistas do Charlie Brown Jr chegaram chutando a porta logo no seu primeiro CD. A banda liderada pelo saudoso Chorão é um exemplo raro de banda que nunca fez grandes mudanças na sua sonoridade ao longo da carreira, e Transpiração Continua Prolongada mostra isso.

Misturando, rock, hip hop e reggae, o CBJR emplacou grades sucessos logo na estreia; Proíbida Pra Mim, O Coro vai Comer, Tudo que ela Gosta de Escutar e Quinta-Feira são lembradas pelos fãs até os dias atuais e já mostrava a qualidade técnica dos músicos, algo que foi marca registrada do Charlie Brown Jr até o fim da banda, em 2013, após a morte de Chorão, em decorrência de uma overdose de cocaína.

The Black Álbum (1991) – Metallica

(Foto: divulgação)

Junto com o Iron Maiden, os americanos do Metallica ajudaram a popularizar o metal, no caso do Metallica, apostando na vertente do Thrash Metal, mais agressiva e rápida que o heavy metal do Maiden. No entanto, após os anos 80, o Metallica decidiu deixar de lado a velocidade a agressividade de trabalhos como Master of Puppets, de 1986, e apostou em algo que era, pesado, mas ao mesmo tempo, comercial.

Disso nasceu o controverso e maravilhoso disco “Metallica” de 1991, mas carinhosamente apelidado pelos fãs de “The Black Álbum” devido a sua capa preta, que era um constrate do White Álbum, dos Beatles. O Black Álbum fez o metal ganhar um novo patamar de popularidade. Graças a músicas como Enter Sandman e Nothing Else Metters, o metal alcançou as rádios e as paradas da Mtv, algo, impensávei pro gênero até então.

Justamente disso que veio as controversias. Embora seja o disco de maior sucesso do Metallica, e disparadamente uma obra prima, é um disco bastante comercial, o que despertou a irá dos fãs mais puristas, que acreditam que o metal precisa ser underground e nada acessível as massas. Uma besteira enorme para quem escutar esse disco.

Lavô ta novo (1995) – Raimundos

(Foto: divulgação)

Depois de surgir com a proposta do “forrócore”, uma mistura de sertanejo com hardcore, os Raimundos conquistaram o publico com um rock pesado e letras de duplo sentido. O seu segundo trabalho, Lavô ta Novo, de 1995, consolidou a banda de Brasília, que cantou mais indecências e palavrões neste segundo disco.

O disco é rápido, pesado e muito engraçado, mas nada indicado para crianças. Foi aqui que os Raimundos lançaram um de seus maiores hits, Eu quero ver O Oco, que só ficaria mais popular que outro grande hit da banda lançado em 1999, a popular Mulher de Fases. No entanto, os fãs, em geral, concordam que Lavô Ta Novo foi a melhor fase da banda.

Toxicity (2001) – System of a Down

(Foto: divulgação)

Embora a banda metal alternativo System of a Down seja americana, os seus integrantes, Serj Tankian, Daron Malakian, Shavo Odadjian e John Dolmayan, são naturais da Armenia. Juntando o som local com o rock, o System produziu uma sonoridade crua, pesada e visceral. Unindo esse som com temas políticos e sociais, o grupo se tornou muito popular no inicio dos anos 2000, em parte, graças aos seus clipes que eram sucesso garantido na Mtv.

O seu segundo disco, Toxicity, lançado em 2001, foi o primeiro a levar a banda para um sucesso mundial. Os vocais graves, mas potentes de Serj, junto com o modo muito particular de tocar guitarra de Daron Malakian, fez do álbum um grande sucesso, junto com canções como Chop Suey, Toxicity e Aerials. O disco foi lançado perto da tragédia do 11 de setembro, o que acabou popularizando ainda mais o álbum, que trazia temas políticos sociais que se relacionavam com o momento que o mundo vivia naquele período. 

Usuário (1995) – Planet Hemp

(Foto: divulgação)

Embora não seja um disco de grande sucesso comercial, Usuário, o albúm de estreia do Planet Hemp, lançado em 1995, teve grande importância para o inicio de um debate que segue polêmico até os dias atuais; a legalização da maconha.

A banda liderada por Marcelo D2 e B Negão sempre foi engajada no tema. Usuários declarados da Cannabis, as músicas do Planet Hemp sempre trouxeram a importância de debater a legalização da maconha, abordando também temas como a violência policial nas favelas e como a política se beneficia com o tráfico de drogas.

Devido a sua causa, o Planet Hemp nunca foi uma banda comercialmente popular. Mas o disco Usuário foi o primeiro a viabilizar o debate de forma ampla. A música Mantenha o Respeito é considerada um hino dentro os defensores da legalização da maconha, trazendo reflexão ao tema.

Holy Land (1996) – Angra

(Foto: divulgação)

Embora seja uma banda formada por brasileiros, o Angra sempre mirou o mercado nacional, e por isso, manteve sua essencia nas letras em ingles. Misturando metal com ritmos brasileiros, o grupo despontou dentro da cena power metal europeia, se tornando uma das mais respeitadas do gênero.

Parte desse respeito veio graças ao seu segundo disco. Holy Land tem como principal temática o descobrimento do Brasil, misturando o peso do metal com o axé, frevo baião e até samba, algo inédito para o gênero. A sonoridade foi muito bem recebida fora do Brasil e viabilizando uma carreira internacional ao Angra, que dura até os dias atuais.

Admirável Chip Novo (2003) – Pitty

(Foto: divulgação)

A roqueira baiana Pitty foi uma das grande representantes do rock nacional na década de 2000. Sem muita firula, Pitty caiu nas graças do público logo no seu disco de estreia, Admirável Chip Novo, de 2003. 

Enquanto outras bandas da época, como o CPM 22 e Detonautas, investiam em um rock mais baladeiro, a Pitta foi na contramão, se inspirando em literatura contemporanea para abordar temas como controle, identidade própria e até mesmo a masturbação feminina, assunto tabu que norteia a música Equalize, a qual muitos acreditam ser uma balada romântica. 

O disco segue sendo um dos melhore trabalhos da Pitty, que lançou outros álbuns incríveis posteriormente. 

Ten – Pearl Jam

(Foto: divulgação)

Outra banda expoente da cena grunge de Seattle, o Peal Jam flertou com outras vertentes do rock no seu som, como hard e o metal, trazendo um disco Ten, em 1991. Com letras que mesclavam temática social e relacionamento, Ten foi um disco histórico, responsável por vários hits do grupo.

Além das baladas românticas Alive e Black, o disco traz Jeremy, música que aborda o tema bullying nas escolas. O clipe da mesma foi proibida na Mtv. Assim como na música, o garoto Jeremy tira a própria vida em frente aos colegas de sala. A menção ao fato no video o fez ser censurado, o que aumentou ainda mais o sucesso do disco.

Acústico Mtv (2001) – Capital Inicial

(Foto: divulgação)

Ao contrário da maioria das bandas clássicas da década de 80, o Capital Inicial nunca conseguiu se tornar forte igual ocorreu com os seus colegas de Brasília, a Legião Urbana. Com poucas vendas de discos, o vocalista, Dinho Ouro Preto, deixou o grupo nos anos 90. Em 1998 e em 2001, o Capital gravou seu primeiro disco de sucesso.

O Acústivo Mtv  da banda está entre os mais bem sucedidos da emissora. Com um repertório simples, mas muito interessante, o Capital finalmente conseguiu alcançar o nível de popularidade que jamais teve. O disco foi responsável por uma década de sucesso do grupo, que reinventou o seu som e conseguiu se manter relevante até os dias atuais.

Sleppery When Wet (1986) – Bon Jovi 

(Foto: divulgação)

O terceiro álbum do Bon Jovi consagrou a banda como uma das mais queridinhas o chamado glan/hard rock. O disco é considerado por muitos fãs o melhor da banda, chegando a ter tido cinco canções que viraram hit nas rádios.

Fato curioso é que o maior sucesso do álbum, Living on a Prayer, não agradava o vocalista Jon Bon Jovi. Ele achava a canção fraca e sem apelo. O seu companheiro, o guitarrista Richie Sambora, o convenceu a adicionar a música do disco. 

Sleperry When Wet também marcou um momento delicado que dura até os dias atuais. Os tons extremamente alto das músicas acabou danificando permanentemente as cordas vocais de Jon, que até hoje, enfrenta problemas para cantar as músicas desse disco, embora nunca deixe de fazer.