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“Política é negócio, político é produto”, ensina o marqueteiro Lucas Pimenta

“Política é negócio, político é produto”, ensina o marqueteiro Lucas Pimenta

Gerson Severo Dantas
Por Gerson Severo Dantas | 30 de julho de 2025

O marqueteiro Lucas Pimenta defendeu, durante palestra no Digital Summit Experience (DSX) 2025, na tarde desta quarta-feira (30/7), que marketing de venda não é diferente do marketing político, uma vez que eleitor e consumidor fazem suas escolhas da mesma maneira.

Conforme Lucas Pimenta, as pessoas nunca votam no melhor político porque da mesma forma nunca compram o melhor produto. “Compara um x-caboquinho com um Big Mac. Um é mais saboroso, natural e mais saudável, mas qual deles vende mais?”, compara.

Tomando esse exemplo como base, Lucas Pimenta defendeu que consumidores e eleitores fazem escolhas baseadas em ao menos quatro sentimentos e cabe ao responsável por uma conta de marketing de vendas ou ao marqueteiro de um político “ativar” o maior número possível destes sentimentos. “Estes sentimentos são medo, grupo, superioridade e sexo”, explica Lucas Pimenta.

Ainda de acordo com Pimenta, o sentimento de medo é ativado quando um político, no poder, diz que se o outro candidato ganhar o eleitor vai perder uma vantagem que ele tem no momento (Bolsa Família, por exemplo).

O sentimento de grupo surge quando o consumidor/cliente é levado a pensar que pertence a um grupo maior e mais relevante socialmente.

Já o sentimento de superioridade aparece no momento em que o consumidor/eleitor é levado a se identificar com um grupo que ele considera superior numa sociedade em detrimento de outro.

“O Collor fazia isso quando dizia que ia acabar com os marajás (funcionários públicos que nos anos 80 recebiam supersalários do governo de Alagoas),  que eram repudiados pela população”, explicou.

Por fim tem o  sentimento de sexo, que envolve adjetivos como carisma, bem querer, beleza e popularidade. Neste aspecto ele citou a candidatura a prefeito do deputado Roberto Cidade, no ano passado, quando ele foi “vendido” para o eleitor como uma pessoa simples, que veio de baixo e entendia as dores do eleitor.


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Lucas Pimenta explica campanha de Amom Mandel

Além de defender as teses de que política é negócio e, portanto, político é um produto, Lucas Pimenta contou a experiência dele em eleições no Amazonas ao comandar a campanha a prefeito de  Manaus do deputado federal Amom Mandel, no ano passado.

“O Amom fez escolhas difíceis, começou a campanha como favorito, ao lado do prefeito David Almeida, mas nós sabíamos que ele ia derreter porque só contava com o recall da eleição em que foi mais votado dois anos antes. Nosso trabalho era fazer ele derreter o menos possível”, lembrou Lucas Pimenta.

Com pouco tempo de campanha e um número reduzido de cabos eleitorais (candidatos a vereador), a opção de marketing da campanha foi criar peças que chamassem atenção para a figura do deputado com estratégias de humor e de polêmicas”, contou.

Na avaliação dele, apesar de Amom Mandel ter ficado fora do segundo turno, a campanha cumpriu o que prometia e pode ser considerada, no panorama do País, um sucesso.

“No Brasil, em condições iguais (sem tempo de televisão e poucos recursos), só Pablo Marçal (PRTB), Cristina Graeml (PMB) e Amom tiveram resultados tão bons”, comparou.